06 dezembro 2010

CURTA O NOSSO PRIMEIRO CURTA!


Esse é o primeiro curta-metragem filmado por nossa igreja. Gravamos em pouco mais de uma hora, com uma simples máquina fotográfica digital, de apenas 6.2 mega pixels. Editei e publiquei no youtube no mesmo dia, 04 de Dezembro.

A idéia do tema não foi nossa, mas baseada num vídeo norte-americano da "I'll be Honest" que foi editado pelo blog "Voltemos ao Evangelho". O vídeo original pode ser visto no link: http://www.youtube.com/watch?v=h-v9g359CvU

Após assistir ao nosso curta-metragem, vale a pena conferir o vídeo americano, pois ele é acrescido de uma excelente palavra do pastor Tim Conway e de testemunhos de jovens.

E, por falar nisso, o jovem do nosso curta é meu filho Filippe, de 14 anos. O garoto vai longe... Literalmente falando!

Agora estamos gravando uma estória nossa, chamada "Um Presente para Jesus", cujo texto divulguei na postagem anterior. Trata-se de um conto natalino, que terá vários personagens, jovens membros de nossa igreja. É um grande desafio, pois teremos que filmar em vários lugares diferentes, exigindo uma edição mais aprimorada. E somos todos amadores!

Sendo assim, pedimos a sua ajuda em oração, a fim de que prossigamos com este projeto de levar a palavra de Deus por meio de vídeos na internet. Se você tiver canal no youtube, adicione nosso vídeo entre seus favoritos e assim nos ajudará nesta missão.

A Deus seja a glória!

27 novembro 2010

PARA QUE O EVANGELHO SEJA REALMENTE UMA BOA NOVA

Por Alan Capriles
"E esta é a promessa
que ele mesmo nos fez, a vida eterna.
Isto que vos acabo de escrever
é acerca dos que vos procuram enganar."
(1 João 2:25-26)

O evangelho de Cristo é a mais extraordinária e fantástica notícia! Não é por acaso que o termo evangelho significa “boa nova”. No entanto, muitos que se dizem alcançados pelo evangelho não parecem ter a alegria de alguém que foi alvo de tão grande bênção. E muitos crentes, quando evangelizam, já não o fazem mais com o entusiasmo de alguém que é porta voz da notícia mais maravilhosa de todas.

O que está acontecendo?

A resposta é simples: já não se evangeliza mais o verdadeiro evangelho. E como isso já vem acontecendo por décadas, grande parte dos crentes de hoje (que atenderam a um falso evangelho), talvez estejam na igreja pelas razões erradas. Não é difícil chegar a essa conclusão. A lógica é a seguinte: Se o convite evangelístico está errado, a motivação para atendê-lo também será equivocada. Ou seja, desde que se passou a anunciar outro evangelho, conseqüentemente temos passado a atrair outro público.

Antigamente se anunciava Jesus como a salvação para nós, pecadores. Agora, e desde há muito tempo, anuncia-se Jesus como a solução para nossos problemas.

Prova disso é o tão famoso slogan “Cristo é a solução”. Solução para o desemprego, para a doença, para a solidão, para o vício, para as causas impossíveis, solução para todos os nossos problemas! “Venha para Jesus e sua vida vai melhorar” – é assim que muitos “evangelizam” hoje em dia. O problema é que isso não é evangelizar, simplesmente porque essa não é a mensagem do evangelho.

Sabemos que essa alteração no convite evangelístico se deve à influência que a pós-modernidade tem exercido sobre a igreja. Ao invés de não se conformarem com o presente século, como nos alertou Paulo, a maioria dos crentes está tomando a forma deste mundo. Analisamos isso no artigo anterior.

Apresentar Jesus como a solução se tornou cada vez mais atrativo para uma sociedade cada dia mais materialista e egocêntrica. E uma tentadora saída para “fisgar os peixes” em nosso evangelismo. A busca insaciável por números e resultados, que também caracteriza nossa sociedade, contaminou o coração de muitos líderes evangélicos. Numa sede por quantidade maior de membros, a maioria dos pastores busca estratégias que dêem resultados, ainda que não haja embasamento bíblico para tais estratégias. A isso se dá o nome de “pragmatismo”, a filosofia que não se importa com o que é certo, mas com o que dá certo.

Dá certo apresentar Jesus como a solução? Atrai o público? É isso que eles querem ouvir? Então chamemos isso de evangelho! – Esse é o pensamento pragmático que tem dominado a maioria das igrejas evangélicas da atualidade. E, com isso, muitos não têm sequer idéia do que seja o verdadeiro evangelho.

Este evangelho pragmático tem atraído justamente o tipo de pessoas que Jesus mais repelia. Qualquer um que leia o capítulo seis do Evangelho de João chegará a esta conclusão. Quando o Senhor Jesus percebeu que uma grande multidão o seguia por causa do milagre da multiplicação de pães e peixes, ele passou a pregar aquilo que esta mesma multidão classificou como um “duro discurso”. E, por fim, quando perceberam que Jesus falava mesmo sério, a multidão se dispersou, comentando: “Quem o pode ouvir?”

É importante ressaltar que o Senhor não correu atrás daquela multidão, como fariam muitos pregadores da atualidade. Muito pelo contrário, Jesus encarou seus doze discípulos e lhes perguntou se eles também não gostariam de se retirar!

Por que Jesus fez aquilo?

Pedro nos dá uma boa pista, ao explicar: “Para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.” É isso que o Senhor espera daqueles que o seguem, a percepção de que somente ele pode nos dar vida verdadeira, vida que perdure além da vida, vida eterna!

Quando se anuncia Jesus por qualquer outro motivo, que não seja a nossa salvação, se reduz o Senhor ao mesmo nível de qualquer ícone religioso existente. Cristo é assim colocado no mesmo leque de opções no qual está Buda, Maomé, Alan Kardec, ou ainda qualquer entidade do chamado baixo espiritismo. Por isso a evangelização que é feita com promessas de cura e prosperidade não pode gerar a alegria de uma verdadeira boa nova. Pois, afinal de contas, o que há de novo com esta mensagem? Qualquer seita promete também cura, sucesso e prosperidade.

“Para quem iremos nós?” – Esta indagação de Pedro revela a singularidade de Jesus: Somente ele tem as palavras da vida eterna. Cristo nos dá o que nenhum outro jamais poderia ou poderá nos dar: uma vida com Deus.

Neste ponto nos deparamos com outra realidade.

Quem ainda insiste na mensagem de que Jesus é o Salvador sabe muito bem disso: a sociedade na qual vivemos não se importa mais com a eternidade. Ninguém deseja pensar nisso. Esse é um assunto que não desperta mais interesse. Talvez estejamos todos entorpecidos com a mensagem subliminar contida em filmes, novelas, músicas, programas de televisão, e sites de relacionamento da internet. Em todos eles uma mesma mensagem oculta, que nos diz repetidamente: “Tudo está bem sem Deus... Tudo está bem sem Deus... Tudo está bem sem Deus...”

Não é isso mesmo que a mídia nos diz? Ao apresentar suas programações totalmente desvinculadas do conceito da existência de Deus, a mensagem que diariamente nos é transmitida, direta ou indiretamente, é essa: “Toda história pode ter um final feliz, ainda que Deus não seja buscado, ou sequer lembrado.” Será que temos idéia do quanto o conceito de “uma vida boa e normal sem Deus” está enraizado na mente da maioria das pessoas que desejamos evangelizar?

Para que a mensagem da salvação seja de fato uma boa nova precisamos primeiramente despertar os ouvintes para esta cruel realidade, que deve ser dita sem rodeios: “Não, sua vida não vai nada bem. Acorde! Se você não tem Cristo, sua condição atual é a de ser inimigo de Deus, e se você morrer sem se converter a Ele o seu destino final será a perdição eterna.”

Enquanto uma pessoa não for convencida de sua triste realidade sem Cristo, de nada adiantará apresentar-lhe a vida eterna em Jesus. Afinal de contas, ela já se acha salva. A grande maioria das pessoas não se preocupa com a eternidade porque acreditam que, de alguma forma, Deus terá misericórdia delas.

Pergunte a qualquer um que não seja evangélico se ele acredita no inferno. Dentre vários que confessarão não acreditar, alguém dirá que acredita, mas com a certeza de que só irão para o inferno os piores pecadores, tais como assassinos e pedófilos. Todas as pessoas, independentemente de seu credo religioso, acreditam que algo melhor virá depois desta vida. E isso porque todos se acham “bonzinhos”, apesar de Jesus ter dito claramente que nenhum de nós é realmente bom.

Existe um consenso social de que basta ter uma boa conduta para se ter um destino melhor. Seja este destino o céu ou uma reencarnação, como prega o espiritismo. Mas este consenso é totalmente contrário ao ensino bíblico cristão. Aliás, fosse verdade tal idéia, nem precisaria Jesus ter vindo ao mundo. Tanto antes de Cristo, quanto depois dele, houve muitos outros que ensinaram a moralidade como caminho para salvação. Mas a prática de boas obras não leva ninguém para o céu, pelo simples fato de que fazer o bem não passa de nossa obrigação, não havendo mérito algum nisso. Além do mais, a própria Bíblia nos afirma que não há ninguém que faça o bem e nunca peque. Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus. Essa é uma verdade que o evangelismo pós-moderno procura esconder.

Jesus não veio ao mundo para ser um mestre de moralismo, ainda que ele mesmo tenha nos dado bom exemplo, andando por toda parte fazendo o bem; Jesus também não veio para resolver nossos problemas existenciais, ainda que ele tenha curado muitos doentes e até ressuscitado mortos; Jesus veio sim para nos reconciliar com Deus, retirando sua ira de sobre nós, ao tomar sobre si nossos pecados e sofrer na cruz do calvário o castigo que nos traz a paz. Sua ressurreição, ao terceiro dia, é a prova de que o Pai aceitou a remissão de nossos pecados por meio do Filho. Assim como Jesus vive, todos os que nele crêem viverão também através dele, por ele e para ele. E não há nada melhor do que isso! Estávamos mortos em nossos delitos e pecados, mas Jesus nos oferece gratuitamente a vida, nos purificando e nos enchendo com seu Santo Espírito, a garantia de nossa salvação! Agora sim, temos uma boa nova de grande alegria!

Você percebe? Para que alguém se alegre com o evangelho necessita primeiro reconhecer sua miserável condição sem Cristo. Sendo assim, todo aquele que deseja anunciar a Jesus precisa mostrar o quão perdido alguém está sem ele.

Evangelizar não se trata de uma questão de uma pessoa se sentir melhor, tendo isso ou aquilo por meio de Jesus. Evangelismo é muito mais do que isso! Trata-se de uma questão de vida eterna ou de perdição eterna!

Portanto, se queremos que o evangelho seja realmente reconhecido como uma grande boa nova, estamos diante de um enorme desafio: convencer esta humanidade pós-moderna do quanto ela está perdida e necessita se arrepender, de que há justificação somente pela fé em Cristo e de que haverá um terrível juízo para quem rejeitar este convite de amor.

Mas, graças a Deus, não estamos sozinhos nesta grandiosa missão de evangelizar um mundo perdido. Se fizermos isso com fidelidade, temos a maravilhosa promessa de que o Espírito Santo nos ajudará (Mateus 10:19-20). Ele é quem convence o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo. (João 16:8) Nossa tarefa é somente pregar o verdadeiro evangelho (Marcos 16:15), o restante é por conta dele.

Seja um verdadeiro proclamador das boas-novas, cheio do Espírito Santo, e não de confiança em si mesmo, e jamais esqueça: “maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo.” (1 João 4:4)

Por Alan Capriles

19 novembro 2010

O TRIPLO DESAFIO DO EVANGELISMO NA PÓS-MODERNIDADE

Por Alan Capriles
"Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. 
Ninguém vem ao Pai senão por mim."
(Jesus Cristo - em João 14:6)

O ambiente social no qual vivemos é influenciado por três conceitos errôneos, que caracterizam a chamada pós-modernidade. Na realidade, tais conceitos perfazem o tripé sobre o qual nossa sociedade pós-moderna se baseia. São eles chamados de relativismo, pluralismo e humanismo.

Cada um destes “ismos” está presente no seu cotidiano, mesmo que você não se dê conta disso. Está presente nos relacionamentos, nas artes, no sistema de ensino, nas propagandas, nos jogos, nas músicas, nos filmes, na moda e em cada programa de televisão que assistimos. Estamos de tal forma cercados por tais conceitos, que já nos acostumamos com eles.

A maior prova de nossa letargia é a influência que o relativismo, pluralismo e humanismo têm exercido na religião cristã. Estes conceitos errôneos da pós-modernidade não apenas afetaram o modo de se fazer culto, mas também distorceram as nossas bases teológicas, principalmente no ramo da cristologia e da soteriologia.

Estou certo de que enfrentar estes conceitos, que são contrários à fé cristã, representa nosso maior e mais urgente desafio. Precisamos analisar o quanto os conceitos da pós-modernidade têm afetado nosso ensino bíblico, nossa pregação do evangelho e, principalmente, nossa forma de se fazer evangelismo.

Não podemos negar que vivemos nesta época, chamada de pós-modernidade, mas é nosso dever, como discípulos de Cristo, rejeitar com veemência os conceitos equivocados que caracterizam o presente século e que estão contaminando a igreja do Senhor. Mais do que nunca se faz necessário enfatizar este alerta: "não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." (Rm 12:2 - ARA)

Sendo este um assunto de conseqüências eternas, analisaremos individualmente cada um dos conceitos errôneos que moldam as mentes do presente século, e com as quais não podemos nos conformar:

Relativismo

O relativismo consiste na certeza absoluta de que não existem certezas absolutas. Desta forma, todo ponto de vista seria válido, pois se altera de acordo com a época, o lugar, o grupo social e os indivíduos.

Apesar de ter se consolidado nas últimas décadas, o relativismo já era prenunciado desde o século 19, como nos versos do poeta espanhol Ramón de Campoamor:

E neste mundo traidor
nada é verdade nem mentira;
tudo depende da cor
do cristal com que se mira.

Este conceito de incertezas, no qual tudo depende do ponto de vista de cada um, ganhou ainda mais força no século 20, apoiado na teoria da relatividade, de Albert Einstein. A partir de 1919, com a confirmação de sua teoria, começou a circular a crença de que não havia mais absolutos: tempo e espaço, bem e mal, conhecimentos e valores – agora tudo era relativo.

Ora, se tudo é relativo, nossas crenças religiosas também devem ser relativas. Segundo este conceito, aquilo que não pode ser comprovado não pode ser ensinado. No relativismo, histórias bíblicas, tais como a criação, o dilúvio e a Torre de Babel, não podem ser mais interpretadas como história verídica, mas somente como ilustrações de cunho moral. Verdades eternas, tais como o céu e o inferno, não devem sequer ser mencionadas, pois não há espaço para tais crenças numa cultura relativista.

O resultado inevitável do relativismo é a idéia de que Jesus não seria “o” caminho, mas apenas “um” caminho, entre tantos outros. E muitos que se dizem cristãos já pensam exatamente assim.

Note como atualmente os crentes ensinam, pregam e evangelizam evitando enfatizar a Jesus como único caminho de salvação. O relativismo desta sociedade pós-moderna os intimida. Eles têm medo de parecerem ridículos ao falar do céu ou do inferno, e de serem tidos como intolerantes ao rejeitar outras crenças religiosas.

Nosso primeiro desafio é um retorno à ousada pregação de que Jesus Cristo é o único mediador entre Deus e os homens. (1Tm 2:5) Precisamos proclamar claramente que “em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” (Atos 4:12) O mundo necessita desta mensagem! Faz-se urgente que voltemos a proclamar que só Jesus é a porta da salvação, que só ele é o caminho da vida eterna! (João 10:9; 14:6)

Pluralismo

O pluralismo é o conceito que tenta eliminar a verdade, ao aceitar tudo como verdade. É o reconhecimento passivo da diversidade, como tentativa de boa convivência social. Segundo o pluralismo, Jesus não seria “a” verdade, mas apenas “uma” verdade.

A influência do pluralismo na religião é uma conseqüência do chamado “pluralismo político”, que caracteriza a democracia moderna. Com a democratização das sociedades, que considera todos os sujeitos religiosos como legítimos, não é mais politicamente correto duvidar das crenças e valores de ninguém. Aliás, tornou-se até perigoso.

Por exemplo, pregações contra homossexualismo, prostituição e aborto são proibidas por lei em alguns países, nos quais estas práticas já foram legalizadas. Qualquer pessoa que se sinta ofendida com a verdade da palavra de Deus pode processar o pregador, pois ele questionou a “sua” verdade particular.

Em suma, pluralismo significa isto: jamais opor-se perante o pensamento contrário. Assim sendo, você pode até declarar a sua verdade, desde que não se oponha à minha verdade.

Perceba como o pluralismo está presente no ensino, na música, nas entrevistas, nos filmes, nas novelas, nos programas de auditório, nas propagandas, nos shows, e até nos diálogos mais informais.

Antigamente, se um cristão perguntasse a crença de outra pessoa e esta lhe dissesse “sou budista”, o crente tentaria lhe converter a Jesus Cristo. Mas hoje, intimidado pelo pluralismo da sociedade pós-moderna, o crente apenas comentaria: “Que bom! O importante é crer em Deus.” E pode ser que talvez, após ganhar a simpatia do budista, o crente se encoraje a lhe convidar para conhecer a sua igreja.

Se você não vê mal algum nesse tipo de evangelismo, certamente o conceito pluralista já lhe cegou para a urgente verdade da palavra de Deus. A terrível condenação que aguarda o homem que morre sem Cristo talvez não lhe diga mais nada. Provavelmente o seu raciocínio seja este: “Um Deus de amor não poderia excluir da salvação os não-cristãos pelo simples fato de não serem cristãos.” Pois esta frase é uma das máximas do pensamento pluralista. E muitos crentes perderam o ardor evangelístico e missionário porque foram envenenados por esta mentira.

Nosso segundo grande desafio é voltar a proclamar que Jesus Cristo é a revelação plena da verdade absoluta. Ele é a própria verdade. Passará o céu e a terra, mas as suas palavras são eternas, jamais passarão. (Mc 13:31)

Humanismo

A terceira característica desta sociedade pós-moderna é o humanismo: a crença que coloca o ser humano no topo de qualquer escala de valores, no centro de todas as coisas, e como finalidade para todas as causas. Segundo o humanismo, Cristo não seria mais o centro da vida, mas o próprio homem.

O humanismo não é uma novidade na história. Suas raízes remontam ao século 15, por ocasião do início do movimento renascentista na Europa. Mas a ideologia humanista, que exalta o homem e sua individualidade, está mais forte do que nunca.

Pode até parecer incrível, mas este humanismo anticristão é o conceito que mais tem influenciado a igreja, deturpado o evangelho e enganado os crentes.

A começar pelo evangelismo. Ao invés de uma exposição da verdade bíblica acerca da terrível condição e destino do homem sem Cristo, os evangelizadores pós-modernos preferem declarar: “Você é tão importante para Deus, que Cristo deu a sua vida por você!” Quando a verdade é o oposto disso: “Somos tão miseráveis pecadores, que Deus precisou enviar seu próprio filho para nos salvar, tão somente por sua graça, sem nada merecermos.”

Já não se fala mais em pecado, renúncia, regeneração, volta de Cristo, juízo final, céu, inferno – tudo isso foi riscado dos atuais métodos de evangelismo. Os pregadores evitam esses assuntos. O apelo pós-moderno não é mais por arrependimento de pecados, mas por aceitar a Jesus, como se ele precisasse de nós, e não o contrário.

Nossos cultos mais parecem um balcão de ofertas do que um serviço de adoração a Deus. O que você precisa? Se for de cura, venha na segunda-feira; causas impossíveis, na terça; vitória, na quarta; prosperidade, na quinta; libertação, na sexta; um novo amor, no sábado; restauração da família, no domingo. Você percebe? O culto não é mais para Deus, mas para o homem!

Nossas pregações já não enfatizam o senhorio soberano de Cristo, mas o apresentam como uma espécie de papai-noel, que tem por obrigação realizar nossos desejos. As mensagens atuais enfatizam mais o que Deus pode fazer por você, do que como Ele deseja que andemos. Há pregadores que ameaçam até rasgar suas bíblias se Deus não atender suas petições.

Os crentes pós-modernos não criam raízes em igreja alguma. Quando seus desejos demoram a se realizar, ou se o culto não está mais lhe satisfazendo, simplesmente trocam de igreja, em busca do próprio prazer. Atentos a este “mercado”, as igrejas pós-modernas disputam a “clientela”, prometendo bênçãos, facilidades e, muitas vezes, títulos e cargos, a fim de seduzir os egocêntricos.

As igrejas deste século mais se parecem com casas de show do que com aquilo que deveriam ser: casas de oração. O altar, por exemplo, se transformou em palco, no qual os crentes disputam aparecer, seja cantando ou dançando. O pastor pós-moderno mais parece um animador de auditório do que um líder espiritual. O tempo que deveria ser gasto fora das quatro paredes, com evangelismo e obras de caridade, agora é usado entre as quatro paredes, em prolongados ensaios para o próximo evento. E mal termina um evento, já precisamos nos preparar para o próximo! Afinal de contas, neste tempo de pós-modernidade, igreja boa é igreja que oferece bastante entretenimento, a fim de atrair uma sociedade fútil e descompromissada. Na pós-modernidade, o importante é encher a igreja, ainda que seja com bodes e não ovelhas.

Você já deve estar se perguntando como é que deixamos isto acontecer. A resposta é: “Não deixamos acontecer, já nascemos assim.” O ser humano já nasce egoísta e querendo ser o centro das atenções. O problema é que há milhares e milhares de crentes que não sepultaram o velho homem, com seus desejos egocêntricos. Continuam sendo egoístas e querendo aparecer. São crentes que precisam de conversão, a começar por muitos pastores. São pessoas que nunca nasceram de novo, apesar de terem largado vícios e viverem uma vida moral – padrão alcançado na prática de qualquer religião. Estão enganando e sendo enganados.

Se alguém acredita ser cristão sem ter morrido para si mesmo, a fim de viver para glória de Deus, simplesmente tal pessoa nunca se converteu realmente.

E este é o terceiro e maior desafio da evangelização na pós-modernidade: converter os próprios crentes ao senhorio de Cristo. Precisamos voltar a vivenciar e a pregar a razão da nossa própria existência, que é vivermos para a glória de Deus (Ef 1:12). Jesus Cristo não é algo que acrescentamos à nossa vida, ele é nada menos que toda a nossa vida (Cl 3:4).

A nossa vida é Cristo! (Gl 2:20) Somente o resgate desta verdade trará de volta uma igreja que exalte ao Senhor, uma pregação centrada em Cristo, um evangelho da salvação e um povo santo, adquirido para Deus, resgatado das trevas para sua maravilhosa luz.

Concluo minha análise com uma palavra de esperança. Nem tudo está perdido. Deus tem despertado seus servos em todas as partes da terra, nos convidando a um simples retorno a Jesus Cristo e ao seu evangelho. Portanto, não se intimide, nem se isole. Deus não lhe despertou por acaso. Não saia de sua igreja, mas proponha um santo jejum. Divulgue artigos como este, leve-os humildemente ao conhecimento dos pastores e proponha uma assembléia na igreja para se refletir sobre este assunto. Chega de somente criticar, precisamos agir, declarando corajosamente a todos quem é Jesus Cristo: o único Caminho, a plena Verdade e a perfeita Vida.

“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11:36)

Alan Capriles

12 novembro 2010

LONGE DEMAIS PARA VOLTAR ATRÁS

Por Alan Capriles
“A aventura pode ser louca,
mas o aventureiro tem que ser lúcido.”
(Gilbert Chesterton)

Aos dezenove anos de idade arrisquei-me numa das maiores aventuras da minha vida: viajar de São Paulo para o Rio de Janeiro pedindo carona na estrada. Uma experiência incrível e inesquecível, na qual aprendi muito, especialmente uma grande lição, que agora compartilho com você.

Eu trabalhava na capital paulista e queria aproveitar o longo feriado de Páscoa para rever meus pais e amigos no Rio. Mas o pagamento havia atrasado e não havia outra forma de viajar a não ser pedindo dinheiro emprestado, ou pedindo carona na estrada. Influenciado pela leitura do livro On The Road, de Jack Kerouac, optei pela aventura.

A primeira carona foi fácil. Na noite anterior ao feriado aproveitei uma vaga no carro de um amigo que iria para Taubaté, onde fui convidado para dormir na casa dos pais dele. Aos primeiros raios de sol me aprontei, enchi meu cantil e coloquei a mochila nas costas. Os pais do meu amigo tentaram me convencer a continuar por lá, mas, resoluto, fui para a estrada, com o dedão em riste, a fim de tentar a sorte.

Para minha surpresa, não demorou muito e uma caminhonete parou. O motorista se inclinou sobre o banco do passageiro, abriu a porta e me disse estar indo para “Pinda”. Perguntei se aquele lugar ficava na direção do Rio de Janeiro. Diante de sua afirmativa, aceitei a carona, contente por tamanha sorte. O motorista não gostava de papo. Limitou-se a dizer: “É chão até o Rio, hein...” Mas a carona não durou muito. Logo descobri que a tal “Pinda” tratava-se de “Pindamonhangaba”, cidade a cerca de vinte quilômetros de Taubaté, meu ponto de partida.

Assim sendo, lá estava eu novamente na estrada, tentando a sorte de uma carona que me levasse mais longe. Após uma hora de tentativas frustrantes, decidi continuar insistindo, porém não mais parado. Fui caminhando pela beira do asfalto, em direção ao meu destino. Lembro de ter passado por um pedágio, um posto de gasolina e depois por uma placa na qual havia uma inscrição inacreditável: “Proibido pedir carona nas imediações do posto”! Tive que rir de minha falta de sorte. Já passava do meio dia. O calor era escaldante.

Após haver caminhado algumas horas eu já me perguntava se deveria desistir. Mas foi então que cheguei a um local onde havia um pátio com diversos caminhões estacionados. Os motoristas conversavam e comiam num bar, parecendo todos velhos amigos. Abordei alguns deles, os que achei mais simpáticos, perguntando se alguém poderia me ajudar com a sonhada carona para o Rio. Dois caminhoneiros pareceram amistosos e prometeram levar-me ao meu destino. Porém, disseram que ainda demorariam muito por ali, que eu deveria voltar para a estrada e continuar tentando, pois talvez conseguisse uma carona melhor.

Com minha esperança renovada, retomei a caminhada pela beirada do asfalto, agora com a certeza de que, caso ninguém parasse, aqueles caminhoneiros amistosos parariam, tão logo me avistassem. Eu estava tão certo disso que quase não pedia mais carona, limitando-me a olhar para trás quando ouvia um ronco forte de motor, pois poderia ser o caminhão dos meus novos amigos. Enquanto caminhava, contemplava o visual, que era magnífico, experimentando uma indescritível sensação de liberdade.

Após cerca de meia-hora hora avistei um caminhão semelhante ao que eles estavam. Parei, tentando visualizar seus ocupantes. Eram eles mesmos! Acenei com a mão, sorridente. Mas o caminhão, ao invés de reduzir, acelerou ainda mais e veio para o acostamento com violência, na minha direção, obrigando-me a pular para o meio do mato.

Cansado, banhado em suor, faminto, levantei-me com raiva de mim mesmo. Como eu poderia ser tão ingênuo a ponto de acreditar na honestidade de caminhoneiros que eu não conhecia? E como eu pude ser tão tolo a ponto de achar que alguém lúcido daria carona para um desconhecido na Via Dutra, a estrada que liga as duas cidades mais violentas do Brasil?

Atordoado com esses pensamentos, pensei em desistir e voltar para São Paulo. Quando eu já estava a ponto de atravessar para o outro lado da pista, avistei uma placa anunciando um restaurante cinco quilômetros à frente. Tratava-se do local de parada para os ônibus de viagem, onde os passageiros podiam comer alguma coisa. Eu mesmo conhecia bem aquele lugar. Por diversas vezes passara por ali na infância, em viagens do Rio para Campinas, onde moravam meus primos.

Tive então a ideia de tentar uma carona junto àquele restaurante. Não para o Rio, mas uma carona de volta a São Paulo, pois eu já decidira desistir dessa louca aventura. Após uma longa e cansativa caminhada, cheguei ao restaurante, chamado Tamborindegui e entrei no toalete para lavar-me do suor. Fiquei um bom tempo olhando para mim mesmo no espelho, enquanto pessoas entravam e saíam, apressadas, cada qual com seu destino. Invejei-as, desejando ter um assento confortável para sentar, numa condução que me levasse de volta para casa.

Assim que saí do toalete, notei um bonito mapa, desenhado em azulejo português, que estava na parede do restaurante. Do lado esquerdo do mapa, São Paulo, meu ponto de partida; do lado direito, o meu sonhado destino, Rio de Janeiro. E bem ao centro, aquele restaurante, localizado próximo a uma cidade chamada Roseira. Bem ao centro, entre Rio e São Paulo. Espere aí... Bem ao centro! Então eu já estava na metade do caminho!

Olhei novamente para aquele mapa. Na verdade, eu não conseguia tirar os olhos dele. Apesar de já se terem passado mais de vinte anos, ainda me lembro de suas cores azul e branca e de como ele brilhava, pintado naquele azulejo português. Sentia com se ele me dissesse alguma coisa. Sim, ele me dizia, repetidamente: “Você já foi longe demais para voltar atrás... Você já foi longe demais para voltar atrás... Você já foi longe demais...”

Então pensei: se a distância para voltar é praticamente a mesma se eu prosseguir, está decidido. Eu não vou voltar atrás! Sigo em frente!

Ajeitei a mochila nas costas, atravessei pelo saguão do restaurante, cruzei pelos ônibus estacionados e me detive no pátio do estacionamento, com a ideia de abordar os motoristas dos carros que partiam em direção ao Rio. Após ouvir desculpas de todo tipo, um sujeito a quem eu já havia abordado se aproximou de mim, perguntando se adiantaria alguma coisa se ele me deixasse em São João de Meriti, município da baixada fluminense. “Onde o senhor me deixar está bom”, respondi. Ele olhou para o amigo que estava no assento do carona e depois apontou para a traseira do seu furgão. “Então, entre aí!” Havia também uma criança com eles, o que me deu mais confiança. Pensei: "Eles não me matariam na frente de uma criança..."

Tive que me espremer entre sacos pretos enormes, que não procurei saber o que continham. Entre a cabine e a parte traseira, onde eu estava, havia um vidro que impedia nossa comunicação. Foi melhor pra mim, porque pude dormir um pouco. Apesar do desconforto, o cansaço era maior. Por volta das dezesseis horas chegamos à descida da Serra das Araras, onde eles pararam e me ofereceram um caldo de cana, que tomei com enorme prazer. Percebi que o garoto que estava com eles olhava pra mim com admiração, como se eu fosse um personagem de filme, ou coisa parecida.

Ali ficou decidido que eles me deixariam na Avenida Brasil, de onde eu poderia pegar um ônibus para o centro do Rio, com o pouco dinheiro que eu carregava. E assim foi feito.

Lembro que o grande relógio da Central do Brasil marcava exatamente dezoito horas quando ali cheguei. Logo a seguir, o metrô me levaria para Botafogo, bairro onde morava meu pai, que custou a crer em tamanha loucura. Mas eu havia chegado, são e salvo, e era isso que importava!

Hoje, ao reler o caderno onde escrevi estas memórias, uma frase revela o quanto eu estava “duro” naquela viajem: “Só restaram dez cruzeiros e alguns centavos na minha carteira.” E, logo abaixo, uma data: 28 de Abril de 1990.

Após todos estes anos, compartilho com meus amigos não somente essa aventura, mas a maior lição que ela me deixou, revelada nos desenhos de um velho mapa:

“Você já foi longe demais para voltar atrás.”

Por muitas vezes, diante dos maiores desafios da vida, torno a me lembrar daquele mapa e de sua mensagem, que continua ecoando em meu coração: “Você já foi longe demais para voltar atrás... Você já foi longe demais para voltar atrás... Você já foi longe demais...” E decido então seguir em frente.

Alguns anos depois daquela aventura, descobri que as proporções daquele mapa não eram exatas, e que eu não estava na metade do caminho, mas a menos de um terço do trajeto! Mas isso já não importava... O mapa me fez crer que eu havia ido longe demais, que seria tolice desistir, e foi precisamente isso que me fez seguir em frente.

Mas, sabe de uma coisa? Pensando bem, aquele mapa estava certo. Ao longo da vida descobri que o caminho de qualquer desistência é sempre maior que a mais longa estrada, e não menos doloroso que a mais difícil conquista. Vale a pena prosseguir. Persevere! Você também já foi longe demais para voltar atrás.

Alan Capriles



09 novembro 2010

VOCÊ SERIA FELIZ NO CÉU, SE DEUS NÃO ESTIVESSE LÁ?

Por Alan Capriles

“Se eu te adorar por medo do inferno,
Queima-me no inferno.
Se eu te adorar pelo paraíso,
Exclua-me do paraíso.
Mas, se eu te adorar pelo que Tu és,
Não esconda de mim a Tua face.”
(Rabia, 800 d.C.)

Paul Washer, um dos pregadores que mais admiro, é um crítico feroz dos métodos de evangelismo moderno. Entre outros problemas, ele aponta para o erro de se evangelizar com a inútil pergunta: “Você quer ir para o céu?” Segundo ele, esta é uma pergunta inútil porque sua resposta é óbvia: “Todos querem ir para o céu, até o diabo, mas a maioria não quer que Deus esteja lá quando chegarem!”

E não é verdade? Todos querem ir para o céu. Ninguém, em sã consciência, desejaria arder no lago de fogo e enxofre, nem mesmo o próprio diabo. Ao mesmo tempo, quem não desejaria passar uma eternidade sem tristeza, dor, cansaço, gozando de perfeita paz e alegria? Todos querem isto! Porém, por pior que seja o inferno, e por melhor que seja o paraíso, não devemos conduzir alguém a Cristo por estes motivos.

Ao contrário do que muitos pensam, tão errado quanto aproximar-se de Jesus por interesses materiais é adorá-lo por interesses espirituais. Sendo assim, a questão é: por qual motivação eu tenho seguido a Cristo?

John Piper faz uma brilhante análise acerca desse tema em seu livro “Deus é o Evangelho”*. Lembrando que muitos não entendem direito o que são as boas novas do evangelho, Piper sugere a seguinte pergunta:

“Por que saber que seus pecados estão perdoados é boas-novas para você?”

“Uma pessoa pode responder: “Ser perdoado é boas-novas, porque eu não quero ir para o inferno”. Outra pode dizer: “Ser perdoado é boas-novas, porque uma consciência culpada é algo horrível, e encontro muito alívio em pensar que meus pecados estão perdoados”. Outra talvez responda: “Quero ir para o céu”. Mas temos de perguntar por que as pessoas querem ir para o céu. Talvez respondam: “Porque o alternativo é doloroso”. Ou: “Porque a minha esposa está lá”. Ou: “Porque haverá um novo céu e uma nova terra, nos quais a justiça e a beleza finalmente estarão em todos os lugares”.

Piper prossegue: “O que há de errado nestas respostas? É verdade que ninguém quer ir para o inferno. O perdão proporciona alívio a uma consciência culpada. No céu, seremos restaurados à comunhão com os queridos que morreram em Cristo, escaparemos do sofrimento do inferno e desfrutaremos da justiça e da beleza da nova terra. Tudo isso é verdade. Então, o que está errado nessas respostas? O que está errado nelas é que não consideram a Deus como o bem final e mais sublime do evangelho.”

Para que definitivamente entendamos a importância deste assunto, John Piper nos deixa uma excelente ilustração, traçando uma analogia perfeita em relação às nossas motivações para com Deus. Imagine a seguinte situação:

“Suponha que eu levante pela manhã e, enquanto caminho em direção ao banheiro, tropeço na cesta de roupas sujas que minha esposa havia deixado ali para lavar no dia seguinte. Em vez de eu mesmo remover a cesta gentilmente e pensar o melhor a respeito de minha esposa, reajo de um modo completamente desproporcional à situação e lhe digo algo bastante grosseiro, quando ela ainda está acordando. Ela se levanta, pega a cesta de roupas e desce a escada diante de mim. Posso dizer pelo silêncio e por minha própria consciência que nosso relacionamento entrou em séria dificuldade.

“Enquanto desço, a consciência me acusa. Sim, a cesta não deveria estar naquele lugar. Sim, eu poderia ter quebrado o pescoço. Contudo, esses pensamentos são principalmente argumentos carnais autodefensivos. A verdade é que minhas palavras foram incoerentes. A dureza emocional não somente fora desproporcional à seriedade da falha como também a Bíblia me ensina a não atentar para o erro. “Por que não sofreis, antes, a injustiça? Por que não sofreis, antes, o dano?” (1 Co 6:7)

“Por isso, quando entro na cozinha, há um clima de frieza, e minha esposa está de costas para mim, trabalhando no balcão da cozinha. O que precisa acontecer ali? A resposta é evidente: preciso desculpar-me e pedir perdão. Isto seria o correto a fazer. Mas, eis a analogia: Por que eu quero o perdão de minha esposa? Para que ela faça o meu café da manhã favorito? Para que meus sentimentos de culpa desapareçam e eu consiga me concentrar no trabalho hoje? Para que tenhamos uma boa relação sexual esta noite? Para que nossos filhos não nos vejam em desarmonia? Para que ela finalmente admita que a cesta de roupa suja estava no lugar errado?

“Talvez, cada um desses desejos seja verdadeiro. Mas são todos motivos fracos para eu obter o perdão de minha esposa. O que está faltando é isto: eu quero ser perdoado para que tenha de volta a agradável comunhão com minha esposa. Ela é a razão por que eu desejo ser perdoado. Quero o relacionamento restaurado. O perdão é apenas um meio de remover os obstáculos, de modo que possamos olhar novamente um para o outro, com alegria”.

John Piper, após esta brilhante ilustração, conclui com graves considerações, que transcrevo a seguir. Afinal, este é um assunto de vida e morte, no qual todos devemos meditar muito seriamente.

“[...] todas as bênção do evangelho são meios de remover os obstáculos para que conheçamos a Deus e desfrutemos mais plenamente dEle”.

“O evangelho não é uma maneira de levar as pessoas ao céu; é um meio de trazer as pessoas a Deus”.

“Se não queremos Deus acima de todas as outras coisas, não fomos convertidos pelo evangelho”.

“E as pessoas que seriam felizes no céu sem a presença de Cristo, não estarão no céu”.

Você entendeu bem? Elas simplesmente “não estarão no céu.”

E você, estará?

Por Alan Capriles

* Este artigo contém trechos do livro “Deus é o Evangelho - Um Tratado Sobre o Amor de Deus como Oferta de Si Mesmo” de John Piper, Editora Fiel.

05 novembro 2010

EM QUE CONSISTE A VIDA?



“Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui.”
(Jesus - Lc 12:15)

Ouça esta mensagem quando se sentir ansioso, oprimido, ou frustrado. Somente a Palavra de Deus tem o poder de restaurar nossa paz, alegria e de nos trazer de volta ao verdadeiro sentido da vida.

Que Deus fale ao seu coração.

30 outubro 2010

A NOSSA MAIOR ALEGRIA



Não existe alegria maior que ajudar a quem realmente precisa. Esta é uma verdade tão simples, mas tão esquecida! Quantas vezes eu mesmo ignorei o real sentido da vida, que não está em receber, mas em doar, ou melhor ainda, em doar-se.

Vejam, por exemplo, a alegria estampada na face desta missionária do vídeo acima. Ela deixou seus pais, amigos, sua pátria, seus prazeres de juventude, para se doar no trabalho junto a estas crianças carentes na África. Quem conhece a Anibelli sabe que sua alegria não apenas é constante, mas é também contagiante!

Anibelli é mais uma prova de que a felicidade não está em coisas materiais, que o ladrão rouba e o tempo gasta. A verdadeira alegria está em servir ao próximo, sem interesse algum, seja terreno, ou espiritual, mas tão somente por amor àquele que nos amou primeiro: Jesus Cristo.

Jamais esquecerei a primeira vez em que hospedei um missionário, meu xará, e que agora é um grande amigo. O flagrei contemplando sua mochila, que ele havia acabado de jogar no sofá da sala, e dizendo: "tudo o que eu tenho está nesta mochila". E, depois de um suspiro, completou: "e não sinto falta de mais nada." Por quê? A resposta veio na pregação dele em nossa igreja: "o meu tesouro é Cristo."

Quando compreendemos que nosso real tesouro é Cristo, nada mais importa, a não ser servi-lo de todo nosso coração. E este serviço não é outro senão servir ao próximo, conduzindo-o ao evangelho da salvação, tanto por palavras, quanto por obras. Poderia haver maior prova de amor do que livrar alguém do inferno e conduzi-lo à verdadeira vida e à eternidade com Jesus?

E depois de tudo, depois de servir a tantas pessoas que jamais poderão nos retribuir, sim, no final desta vida, ainda ouviremos do Mestre: "foi a mim que fizestes." Pense bem: Poderia haver alegria maior do que esta?
Alan Capriles
P.S.:
Conheça o trabalho dos Missionários Jefferson e Anibelli junto a estas crianças, clicando aqui.

20 outubro 2010

NEM TUDO ESTÁ PERDIDO

Por Alan Capriles

Na cidade onde moro é bastante comum que as igrejas evangélicas pendurem faixas para divulgar suas campanhas, ditas de oração. Elas sempre servem ao gosto do freguês: vitória, prosperidade, cura divina, causas impossíveis, descarrego, entre outras coisas ainda mais mirabolantes. Como se Deus tivesse de nos servir, e não o contrário.

Mas, outro dia, cortando caminho na volta pra casa, passei por uma rua de terra onde me deparei com uma faixa que me surpreendeu. Francamente, se eu mesmo não a tivesse visto, diria ser mentira. Achei sua mensagem tão inacreditável que imediatamente tirei uma foto com meu celular. A faixa anunciava: 1ª CAMPANHA DE ORAÇÃO E PREGAÇÃO DE ARREPENDIMENTO PARA REMISSÃO DE PECADOS.

Arrependimento? Remissão de pecados? Seja sincero: se eu não tivesse tirado a foto, você também não acreditaria!

Sempre fui crítico às campanhas de sete semanas, declarando que jamais veríamos uma campanha anunciando algo voltado para Deus. E então me deparo com esta faixa, que mais do que me fazer sorrir, me fez refletir.

Talvez nem tudo esteja perdido na chamada igreja evangélica. Talvez haja pastores despertando. Pastores dispostos a avançar na contramão do mundo gospel, preocupados em agradar a Deus e não ao homem, resolutos em olhar a Cristo, em apascentar suas ovelhas, em voltar ao verdadeiro evangelho.

A Deus seja a glória!

Por Alan Capriles

19 outubro 2010

SONETO DA ROSA TARDIA


Homenagem a Rosa, minha morena linda, minha esposa

Como uma jovem rosa, a minha amada...
Morena, linda, esgalga, penumbrosa
Parece a flor, colhida, ainda orvalhada
Justo no instante de tornar-se rosa.

Ah, por que não a deixas intocada
Poeta, tu que és pai, na misteriosa
Fragrância do seu ser, feito de cada
Coisa tão frágil que perfaz a rosa...

Mas (diz-me a Voz) por que deixá-la em haste
Agora que ela é rosa comovida
De ser na tua vida o que buscaste

Tão dolorosamente pela vida?
Ela é rosa, poeta... assim se chama...
Sente bem seu perfume... Ela te ama...

(Vinícius de Moraes)

16 outubro 2010

O QUE LULA E HITLER TEM EM COMUM

PADRE TRAÇA UM PARALELO ENTRE PNDH3 DE LULA E O NAZISMO DE HITLER

Será que este padre foi longe demais? Afinal de contas, Lula termina seu mandato com mais de 80% de popularidade! Porém, antes de qualquer precipitação, convém analisarmos um pouco da história. Recentemente o ex-ministro Ozires Silva se deu a este trabalho, lembrando de outros líderes que também tiveram altos índices de aceitação popular:

Como posso ter aversão a um presidente que na última pesquisa teve 81,7% de aprovação pelo povo brasileiro?

Resolvi analisar parte da história, onde grandes países que também passavam por grandes desigualdades, fomes e crises, elegeram um presidente de partidos populares, vindo normalmente do povo sofrido.

Iniciei analisando a grande potência do início do século XX, a Rússia. Em fevereiro de 1917, na Revolução Russa, houve a queda da autocracia do Czar Nicolau, o último Czar a governar, e procuraram estabelecer em seu lugar uma república de cunho liberal. Já em novembro de 1917, houve a Revolução de Outubro, na qual o Partido Bolchevique derrubou o governo provisório e impôs o governo socialista soviético.

Os Bolcheviques eram considerados a maioria, que pretendiam a implantação definitiva do socialismo na Rússia através de reformas radicais com o apoio do proletariado. Este grupo era formado por uma facção do Partido Operário Social-Democrata Russo liderada por Vladimir Lenin.

As primeiras medidas tomadas pelo novo governo foram a reforma agrária (com a distribuição de terras aos camponeses), a nacionalização dos bancos e fábricas, (sendo que a direção destas últimas foi entregue aos operários) e a saída da guerra. Ao retirar-se do conflito, a Rússia assinou com a Alemanha a Paz de Brest-Litovsk, entregando aos alemães algumas regiões russas. Nesta tomada do poder, Lenin tinha uma popularidade positiva de 89% e assim ele fundou e implantou o Comunismo na Rússia e exportou para outras nações posteriormente, como Cuba, China e Coréia do Norte.

Continuando na história chegamos a década de 30.

Olhando para outro país que passava por crises, principalmente por ter perdido uma guerra (1ª guerra mundial), a Alemanha vê um homem, vindo do povo e com apoio de um partido popular, um grande líder. É pouco provável que algum dirigente político do século 20 tenha igualado o grau de popularidade alcançado por Adolf Hitler (1889-1945) na Alemanha, nos dez anos que se seguiram a sua chegada ao poder, em 30 de janeiro de 1933. O apoio da população ao Partido Nazista era tímido se comparado à veneração dos alemães por seu líder máximo, que tinha 92% de popularidade enquanto governava a Alemanha (fonte: "Livro Hitler, 1889-1936, e Hitler, 1936-1945, Ian Kershaw, W.W. Norton, 1998 e 2000"). O culto ao mito exerceu um papel determinante no funcionamento do Terceiro Reich e na aterradora dinâmica do nazismo. Adorado pelo povo, adulado por seus subordinados e temido no resto da Europa, Hitler entrou para a História como a encarnação da barbárie, o artífice do Holocausto, o símbolo de um dos regimes mais horrendos já
conhecidos da humanidade.

Na mesma época, outra nação passava por insatisfação com os resultados do final da 1ª guerra mundial, crescente insatisfação popular por alto índice de inflação, empobrecimento do povo, desemprego e fome. Então surge do meio do povo um líder, vindo da guerra e com um partido com objetivo de ter um governo forte e autoritário. Benito Mussolini, junto com seu partido, o Partido Nacional Fascista. No poder, Mussolini alcançou da popularidade de 77% na Itália (fonte: Benito Mussolini - Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre).

Bem, sou apaixonado por História, pois aprendi que quem não conhece História não é capaz de construir um grande futuro, e nós temos que sempre analisar todos os pontos possíveis quando nos propusermos a tomar uma decisão importante como votar para presidente da república.

Cheguei à conclusão de que minha aversão ao Lula tem fundamento, baseado no modo autoritário de governar. Em uma entrevista, quando ele é punido pelo STE por fazer campanha antes do tempo para sua candidata, afirma que não concorda em obedecer a juízes. Mostrando em sua fala que é contra a democracia.

E analisando nossos candidatos, não creio que temos muitas escolhas, infelizmente, mas creio que posso contribuir para que o Brasil não seja, no futuro próximo, mais um país governado por alguém eleito pelo povo humilde, que coloca suas esperanças nas mãos de alguém que promete muito, sem condições de cumprir nem 10%. E minha preocupação aumenta, quando vejo que a segurança do povo, a maior instância do poder judiciário, pode ter sua credibilidade contestada.

Estou falando o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, que é composto por juízes elevados ao posto de ministros. Esses ministros são indicados pelo Presidente da República e se forem aprovados pelo Congresso, assumem uma cadeira no lugar de quem se aposenta ou morre. Dos 11, temos uma indicação ainda do Sarney, uma do Fernando Collor de Melo e duas do Fernando Henrique Cardoso e SETE do Presidente Lula.

O Supremo Tribunal Federal (STF) é a mais alta instância do Poder Judiciário do Brasil e acumula competências típicas de Suprema Corte e Tribunal Constitucional. Sua função institucional principal é de servir como guardião da Constituição Federal.

Mais quatro anos no poder, sendo o guia de uma mulher que parece uma marionete, podemos ter um STF totalmente indicado por eles e os nossos olhos e voz, nos jornais não comprometidos com o governo, poderão ser fechados e calados, como está atualmente o jornal O Estado de São Paulo e Diário do Grande ABC que, por ordem do STF, não podem falar de nenhum aliado do governo.

Lula olha para Dilma nos palanques e aponta o dedo dizendo: CONTINUIDADE! CONTINUIDADE! (Fonte: Jornal de Pé de Figueira de11 /08/2010 com a matéria: A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff afirmou, em seu primeiro comício em Minas Gerais ao lado do presidente Lula, que vai fazer de seu governo uma continuação da atual gestão).

Continuidade da política da fome, onde ele pegou a idéia do governo anterior, a chamada Bolsa Escola, que concedia às famílias uma ajuda por enviar o filho a escola, tirando a criança do analfabetismo e suprindo assim a necessidade do seu trabalho infantil, e a transformou na Bolsa Família, que dá o dinheiro, independente da criança frequentar a escola. Assim, o pai recebe e ainda obriga o filho a trabalhar, não educando as crianças e aceitando as migalhas lançadas pelo governo.

Continuidade da ânsia pelo poder, mesmo fazendo alianças com grandes inimigos como Sarney, Renan Calheiros, Fernando Collor de Melo, como relatou o Jornal Nacional 09/08/2010.

Um país sem Educação, não pode ter senso crítico e ter condições de analisar o que é melhor para todos. Sem educação, você não conseguiria ler esta matéria, seu mundo seria reduzido. Sem educação, você viveria com uma mísera bolsa família e pediria para todos seus amigos e familiares votarem em quem lhe proporciona essa esmola.

Em quem vou votar?

Meu voto é secreto e não divulgarei, mas posso afirmar,

NÃO VOTAREI NA DILMA!

11 outubro 2010

A CARAPUÇA SERVIU?

Silas Malafaia revela o real propósito de seus outdoors

Por Alan Capriles

Em entrevista ao jornal O Dia, o pastor Silas Malafaia revelou sua intenção ao espalhar centenas de outdoors com a inscrição: "Deus fez macho e fêmea" e "Em favor da família e preservação da espécie humana". Ao ser questionado sobre a mensagem daqueles outdoors, que foram atacados por grupos gays, o pastor Silas respondeu:

— A carapuça serviu? Eles não são a favor da família? Não são a favor da preservação da espécie humana? Não são macho e fêmea? São o que, andrógenos? É uma mensagem e cada um interpreta como quiser.

Evidentemente, os outdoors foram uma armadilha na qual os grupos que defendem o homossexualismo caíram. Até o fim da semana passada, os grupos Arco-íris Liberdade e Gay Atitude, de São Gonçalo (RJ), mancharam de vermelho cerca de 300 outdoors do pastor Silas Malafaia. O vermelho é, de acordo com os ativistas, para lembrar a violência contra LGBTs.

Em artigo anterior eu havia dito não compreender a razão da foto do pastor Silas naqueles outdoors, especialmente por causa de seu sorriso, quase provocativo. Agora compreendo bem... era isso mesmo que ele queria: que alguém colocasse a carapuça.

Por Alan Capriles