CRUCIFICANDO O ESPÍRITO

Por Nikos Kazantzakis
(Trecho de A Última Tentação de Cristo)
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Tiago já se resignara à morte do mestre e remoia em pensamento o que fariam quando fossem deixados na terra sem ele.

- Não podemos nos opor à vontade divina, nem à do nosso mestre. Como dizem os profetas, mestre, é seu dever morrer; e o nosso, viver. Viver para que as palavras que você proferiu não se percam. Devemos colocá-las por escrito nas novas Santas Escrituras; criaremos leis, construiremos nossas próprias sinagogas e selecionaremos nossos próprios sumos sacerdotes, escribas e fariseus.

- Estarão com isso crucificando o espírito – gritou Jesus, apavorado. – Não, não, não quero nada disso.

- É a única forma de impedir que o espírito se desvaneça no ar – contrapôs Tiago.

- Mas então ele não será mais livre; não será mais espírito.

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Comentário:
Não estou aqui recomendando a leitura desse livro, a não ser que você tenha maturidade espiritual para examiná-lo. Mas, particularmente, considero esse o melhor trecho do livro, o qual não foi retratado no filme que se baseou nessa obra de Kazantzakis. Para ser franco, creio que Jesus não queria mesmo nada disso. Ou queria?

Comentários

Unknown disse…
Que Palavra abençoada Pastor!

fiquei feliz em Deus falar comigo através deste post.

não esquece de me visitar.
Alan Capriles disse…
A paz, João!

É interessante como Deus fala com a gente usando meios que nem esperamos. Foi justamente essa a minha intenção ao publicar esse trecho do polêmico livro de Kazantzakis.

Vou lá no seu blog agora mesmo! Estou precisando mesmo visitar os amigos.

Um forte abraço,
na graça e paz de Jesus!
Anônimo disse…
Caramba! Não li o livro, mas esta perícope é impactante. É pedra clamando! Paz de Jesus.