E Jesus morreu condenado pelos dois poderes máximos do século, o poder religioso de Israel e o poder político-militar do Império Romano.
Com a morte de Jesus, parecia o cristianismo definitivamente extinto – mas estava mais vivo do que nunca; em vez de uma dúzia de discípulos do Cristo, surgiram milhares em todos os pontos do Império Romano: Europa, Ásia e África. Realmente, “o sangue dos mártires era a semente de novos cristãos”, como se dizia naquele tempo. [...]
Finalmente, em 64, o imperador romano Nero iniciou uma perseguição por atacado, decretando por lei a matança de todo e qualquer discípulo do Cristo. Depois de algum tempo, não havia mais um cristão sobre a face da terra – mas debaixo da terra havia muitos: no fundo das catacumbas de Roma continuavam a germinar os discípulos do Cristo, e tão firmemente enraizados estavam eles nesses subterrâneos que três séculos de inauditas violências não valeram exterminá-los. O cristianismo subterrâneo era mais vivo e vigoroso que o próprio cristianismo terreno. O Jesus morto na superfície da terra continuava como o Cristo vivo debaixo da terra, e ressuscitava sempre, contra todas as proibições dos poderes anti-crísticos, religiosos e civis.
Finalmente em princípios do quarto século, o primeiro imperador romano pseudo-cristão, Constantino Magno, resolveu mudar de tática e de estratégia: convencido de que a política de violência não podia matar o Cristo e seu Reino, passou da violência aberta de Caifás, Pilatos, Nero e Diocleciano, para a traição disfarçada de Judas Iscariotes: “Aquele a quem eu beijar esse é – prendei-o!”. Beijou o Cristo com um beijo de Judas e o jogou às mãos de seus piores inimigos. Pelo edito de Milão de 313, Constantino proclamou a liberdade do cristianismo e o fez religião oficial do Império Romano. Se o Cristo não fosse mesmo imortal, teria morrido de vez com esse beijo de Judas: “Amigo, com um beijo tu atraiçoas o Filho do Homem?”
Constantino Magno injetou ao cristianismo os piores venenos – e não conseguiu matá-lo [isto é, matar os verdadeiros cristãos]; deu-lhes três presentes gregos: armas, política e dinheiro; armas – para matar seus inimigos; política, para enganar seus amigos; e dinheiro – para comprar e vender consciências.
Mas, nem com esse tríplice veneno concentrado o [verdadeiro] cristianismo morreu, porque estava imunizado pelo Cristo. [...]
A partir do século IV até o século XX [e agora, século XXI], tem-se repetido inúmeras vezes essas tentativas de envenenamento do [verdadeiro] cristianismo por parte dos [falsos] cristãos, mas inexplicavelmente, a traição do Cristo por parte dos [falsos] cristãos foi tão ineficaz como a violência contra Jesus por parte de judeus e pagãos. [...] Persiste e sobrevive sempre o Cristo imortal, não em nossas organizações sociais, mas nas almas individuais cristificadas. [...]
Na idade média a traição a Jesus atingiu o apogeu da sua perversidade: No tempo das Cruzadas, milhares de pagãos foram trucidados em nome do Cristo; milhares de [verdadeiros] cristãos foram assassinados pela Inquisição em nome de Deus. [...]
Com o reconhecimento da parte duma chamada igreja cristã estava oficialmente abolido o espírito do Cristo, estava a bandeira do Cristo hasteada sobre o quartel-general do Anti-Cristo [...] enganando a milhões e milhões de almas sinceras em busca do Cristo.
“Guias cegos guiando outros cegos... vós roubastes a chave do conhecimento do reino de Deus; vós mesmos não entrastes,nem permitis que outros entrem.”
Hoje em dia, é quase impossível encontrar o Cristo no cristianismo; quem não encontra o Cristo fora do nosso cristianismo, dificilmente o encontrará.
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Huberto Rohden
Extraído de “O Drama Milenar do Cristo e do Anti-Cristo” - Editora Alvorada.
O título desse artigo e as palavras entre colchetes não constam da obra de Rohden, mas foram acrescentados para facilitar a compreensão do texto, não ferindo seu sentido original.
O título desse artigo e as palavras entre colchetes não constam da obra de Rohden, mas foram acrescentados para facilitar a compreensão do texto, não ferindo seu sentido original.
Comentários
Maravilha de texto hein?? Paz!
Sim, também achei esse texto sensacional. Na verdade, todo o livro é excelente, mas o conteúdo precisa ser lido com cuidado, examinando-se tudo, retendo apenas o que é bom - como esse trecho, que você também gostou.
Graça e paz!
a obra do Rohden, embora muito rica em vários sentidos, é tendenciosa pra caminhos 'espiritualistas'.
Já li o (excelente livro) Pascal, escrito por ele, e que teria a função de servir de biografia. Na verdade Rohden o faz, pincelendo outras vertentes.
Mas sobre o texto acima, concordo em cada frase, mesmo com todas as sutilezas que o envolvem!
Parabéns pela publicação do mesmo!
Lembro-me de uma música antiga , mas com uma letra que exorta , assim diz :
"Oh meu Deus me guarde.
Dos homens que virão, falando em teu nome com uma nova pregação.
Oh povo de Deus, é chegado o dia, dos falsos profetas, com uma nova profecia.
É preciso estar alerta, desperta igreja, pra que não seja levada, por uma estrada errada, que não é a de Deus......"
Mas ainda existe esperança , pois nosso Senhor que conhece os seus , tem despertados os seus para se reunirem pouco a pouco , como se faziam antes de Constantino .
Boa abordagem amado Alan do tema .
Alias ainda espero aquele Material ein rsrs
Um forte abraço!
Como disse o Cláudio, "Deus está nos despertando"! E, nesse despertamento, ainda há uma longa jornada pela frente, na qual precisamos de muita humildade, vigilância e total dependência do Espírito Santo. São muitos os perigos de nos desviarmos da verdade, em busca dessa mesma verdade. O inimigo sabe disso e certamente está nos rondando, a fim de nos enganar. Muito boa a letra do louvor que você mencionou. Estejamos alertas!
Graça e paz!
p.s.: Sobre o material, tenho demorado em lhe enviar porque estou preparando todos os recursos necessários de uma forma que possa ser enviado pela internet. Contém vídeos também, nos quais estou trabalhando na edição. Por favor, peço que me ajude em oração. É uma grande responsabilidade.