Por Alan Capriles
O evangelho de Jesus não é algo complexo, de difícil compreensão. Porém, ao mesmo tempo em que o evangelho é simples, a sua definição precisa ser elaborada com cautela.
O evangelho é simples no sentido de que até uma criança pode compreender essa mensagem de boas novas. Aliás, “boas novas” é a tradução literal do termo grego “evangelho”. Mas dizer simplesmente que “o evangelho é Jesus”, ainda que não esteja errado, pode confundir mais do que esclarecer. Por exemplo, uma pessoa pode estar pregando sobre Jesus e não estar pregando o evangelho. Aliás, isso é o que mais tem acontecido hoje em dia!
A necessidade de cautela para se definir o evangelho foi comentada por John Piper, numa de suas obras:
“Um extremo é definir o evangelho cristão em termos tão amplos que chamaremos de evangelho tudo o que é bom na mensagem cristã. O outro extremo seria definir o evangelho cristão em termos tão restritos que a definição não faça justiça a todos os usos do Novo Testamento.”[1]
Nessa busca por uma definição equilibrada, o que não podemos perder de vista é o fato de que o evangelho é uma mensagem, uma proclamação ao mundo. Na verdade, é a notícia mais importante, maravilhosa e urgente de todos os tempos, para todas as épocas e para todos os homens. O conteúdo dessa mensagem pode ser resumido, mas seus pilares não podem ser alterados, ou removidos.
Creio que o exame cuidadoso das pregações apostólicas e dos textos que tratam do evangelho nas epístolas seja o melhor caminho para se chegar a uma definição bíblica do evangelho. Foi com base nesse acurado exame, e após muito pedir auxílio do alto em oração, que elaborei uma definição resumida do evangelho:
Cada linha desta sentença expressa grandiosas verdades. O conjunto delas perfaz a mensagem completa do evangelho. Uma mensagem maravilhosa, alegre, de reconciliação com Deus por meio de Jesus! Quanto mais destas verdades houver numa pregação, mais próxima esta será de uma genuína pregação do evangelho. Por outro lado, quanto mais forem esquecidas, mais distante o pregador estará do “poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1:16).
A misericordiosa graça de Deus, o senhorio de Cristo, a centralidade da cruz, a ressurreição, a necessidade do arrependimento, a justificação pela fé em Jesus, a comunhão do Espírito Santo, a regeneração, o alerta do juízo final, a salvação e herança dos santos - cada um desses pontos, ou a grande maioria deles, estavam presentes em cada pregação apostólica (confira no livro de Atos 2:14-41; 3:12-26; 4:8-12; 5:29-32; 10:34-43; 13:16-41; 17:22-31).
Porém, como se percebe, esses pilares do evangelho estão ausentes da maioria dos púlpitos hoje em dia. Pouquíssimas pregações contêm sequer a metade do conteúdo das pregações apostólicas, o que é muito grave, pois o evangelho está sendo diluído e perdendo seu poder para conversão de vidas. Ora, o Espírito Santo, que convence do pecado, da justiça e do juízo, não tem compromisso com a nossa palavra, mas com a palavra de Deus (João 16:7-13). Quando um servo fiel prega o verdadeiro evangelho, que é segundo a palavra de Deus, o Espírito Santo entra em ação e convence o pecador da sua necessidade de Cristo.
Mas há também muitos outros versículos no Novo Testamento, além das pregações em Atos, que concentram boa parte do conteúdo do evangelho. Aliás, memorizar esses versículos, que transcrevo abaixo, é de grande utilidade, pois podem ser mencionados não apenas numa pregação, mas também no evangelismo pessoal.
Como exemplo disso, apresento algumas definições contemporâneas do evangelho:
Que, a exemplo de Paulo, rejeitemos como anátema o falso evangelho, que conduz ao próprio ego, ou a líderes humanos e suas instituições. Mas que vivamos no verdadeiro evangelho, de uma plena comunhão com Deus e amor ao próximo, por meio de Jesus Cristo, que consumou na cruz para sempre a nossa salvação. Isso sim é boa nova, pois esse é o evangelho!
“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11:36)
[1] John Piper, em “Deus é o Evangelho” - editora Fiel - página 26.
[2] Comentarei cada linha desta sentença no artigo “O Resumo do Evangelho”.
[3] http://formspring.me/WalterMcAlister/q/168477861387210451
[4] http://monergismo.com/textos/evangelho/o_que_evangelho_stott.htm
[5] http://marshillchurch.org/about/the-gospel
[6] http://monergismo.com/textos/evangelho/o_que_evangelho_kohler.htm
[7] http://executivaipb.com.br/Conviccoes/o_que_e_o_evangelho.pdf
O evangelho de Jesus não é algo complexo, de difícil compreensão. Porém, ao mesmo tempo em que o evangelho é simples, a sua definição precisa ser elaborada com cautela.
O evangelho é simples no sentido de que até uma criança pode compreender essa mensagem de boas novas. Aliás, “boas novas” é a tradução literal do termo grego “evangelho”. Mas dizer simplesmente que “o evangelho é Jesus”, ainda que não esteja errado, pode confundir mais do que esclarecer. Por exemplo, uma pessoa pode estar pregando sobre Jesus e não estar pregando o evangelho. Aliás, isso é o que mais tem acontecido hoje em dia!
A necessidade de cautela para se definir o evangelho foi comentada por John Piper, numa de suas obras:
“Um extremo é definir o evangelho cristão em termos tão amplos que chamaremos de evangelho tudo o que é bom na mensagem cristã. O outro extremo seria definir o evangelho cristão em termos tão restritos que a definição não faça justiça a todos os usos do Novo Testamento.”[1]
Nessa busca por uma definição equilibrada, o que não podemos perder de vista é o fato de que o evangelho é uma mensagem, uma proclamação ao mundo. Na verdade, é a notícia mais importante, maravilhosa e urgente de todos os tempos, para todas as épocas e para todos os homens. O conteúdo dessa mensagem pode ser resumido, mas seus pilares não podem ser alterados, ou removidos.
Creio que o exame cuidadoso das pregações apostólicas e dos textos que tratam do evangelho nas epístolas seja o melhor caminho para se chegar a uma definição bíblica do evangelho. Foi com base nesse acurado exame, e após muito pedir auxílio do alto em oração, que elaborei uma definição resumida do evangelho:
O evangelho é uma notícia maravilhosa:
Deus nos libertando de nossos pecados
por meio da fé em Jesus Cristo
e vindo habitar em nós por meio do Espírito Santo.
Isso nos possibilita uma vida repleta de alegria, paz
e incondicional amor ao próximo,
além de nos tornar agentes do Reino de Deus na terra
e herdeiros da vida eterna. [2]
Deus nos libertando de nossos pecados
por meio da fé em Jesus Cristo
e vindo habitar em nós por meio do Espírito Santo.
Isso nos possibilita uma vida repleta de alegria, paz
e incondicional amor ao próximo,
além de nos tornar agentes do Reino de Deus na terra
e herdeiros da vida eterna. [2]
Cada linha desta sentença expressa grandiosas verdades. O conjunto delas perfaz a mensagem completa do evangelho. Uma mensagem maravilhosa, alegre, de reconciliação com Deus por meio de Jesus! Quanto mais destas verdades houver numa pregação, mais próxima esta será de uma genuína pregação do evangelho. Por outro lado, quanto mais forem esquecidas, mais distante o pregador estará do “poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1:16).
A misericordiosa graça de Deus, o senhorio de Cristo, a centralidade da cruz, a ressurreição, a necessidade do arrependimento, a justificação pela fé em Jesus, a comunhão do Espírito Santo, a regeneração, o alerta do juízo final, a salvação e herança dos santos - cada um desses pontos, ou a grande maioria deles, estavam presentes em cada pregação apostólica (confira no livro de Atos 2:14-41; 3:12-26; 4:8-12; 5:29-32; 10:34-43; 13:16-41; 17:22-31).
Porém, como se percebe, esses pilares do evangelho estão ausentes da maioria dos púlpitos hoje em dia. Pouquíssimas pregações contêm sequer a metade do conteúdo das pregações apostólicas, o que é muito grave, pois o evangelho está sendo diluído e perdendo seu poder para conversão de vidas. Ora, o Espírito Santo, que convence do pecado, da justiça e do juízo, não tem compromisso com a nossa palavra, mas com a palavra de Deus (João 16:7-13). Quando um servo fiel prega o verdadeiro evangelho, que é segundo a palavra de Deus, o Espírito Santo entra em ação e convence o pecador da sua necessidade de Cristo.
Mas há também muitos outros versículos no Novo Testamento, além das pregações em Atos, que concentram boa parte do conteúdo do evangelho. Aliás, memorizar esses versículos, que transcrevo abaixo, é de grande utilidade, pois podem ser mencionados não apenas numa pregação, mas também no evangelismo pessoal.
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)A relação de versículos acima, que não é exaustiva, nos revela que o evangelho não tem por finalidade conduzir as pessoas a conquistas materiais, e sim conduzi-las ao próprio Deus, por meio de Jesus Cristo, único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2:5). Revela-nos também que a mesma verdade do evangelho pode ser dita de várias formas diferentes, contanto que não se altere sua doutrina.
“Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus.” (Romanos 3:23-26)
“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.” (Romanos 5:8-9)
“Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (1 Coríntios 15:1-4)
“Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus. Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5:19-21)
“Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, - pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” (Efésios 2:4-10)
“Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras.” (Tito 2:11-14)
“Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna.” (Tito 3:4-7)
“Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus” (1 Pedro 3:18a)
Como exemplo disso, apresento algumas definições contemporâneas do evangelho:
“O Evangelho é a boa nova sobre a vinda e a obra de Jesus.” (Walter McAlister) [3]Como se percebe, existe um ponto de convergência em todas essas definições do evangelho: Jesus e sua obra consumada na cruz. Portanto, isso é o que jamais pode faltar em qualquer exposição do evangelho, razão pela qual Paulo afirmou aos coríntios: “decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.” (1 Coríntios 2:2) Tal como o próprio Senhor profetizou a seu respeito: “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo.” (João 12:32)
“O evangelho é Cristo crucificado, sua obra consumada na cruz” (John Stott) [4]
“A mensagem central da Bíblia é o evangelho, ou boas notícias sobre a pessoa e obra de Jesus Cristo.” (Mark Driscoll) [5]
“O evangelho é as boas novas ou as notícias alegres de salvação ou da libertação da penalidade, do poder e da presença do pecado, inteira e exclusivamente através da pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo” (John A. Kohler)[6]
“O essencial do evangelho é ‘Cristo morreu pelos nossos pecados’.” (Executiva IPB) [7]
Que, a exemplo de Paulo, rejeitemos como anátema o falso evangelho, que conduz ao próprio ego, ou a líderes humanos e suas instituições. Mas que vivamos no verdadeiro evangelho, de uma plena comunhão com Deus e amor ao próximo, por meio de Jesus Cristo, que consumou na cruz para sempre a nossa salvação. Isso sim é boa nova, pois esse é o evangelho!
“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11:36)
Alan Capriles
_______________________________[1] John Piper, em “Deus é o Evangelho” - editora Fiel - página 26.
[2] Comentarei cada linha desta sentença no artigo “O Resumo do Evangelho”.
[3] http://formspring.me/WalterMcAlister/q/168477861387210451
[4] http://monergismo.com/textos/evangelho/o_que_evangelho_stott.htm
[5] http://marshillchurch.org/about/the-gospel
[6] http://monergismo.com/textos/evangelho/o_que_evangelho_kohler.htm
[7] http://executivaipb.com.br/Conviccoes/o_que_e_o_evangelho.pdf
Comentários
seu texto é necessário a cada um que segue a fé em Jesus como base pra vida.
Fico imensamente feliz em saber, que Deus tem erguido gente que não mede esforços para alcançá-lo e para fazer alguns chegarem ao Seu pleno conhecimento.
Sua matéria, ajuda na caminhada e elucida muitas dúvidas ao mesmo tempo que alerta à Igreja de sua real responsabilidade como Noiva e 'preparadora de caminhos' Dele.
Fico feliz em ter lido seu pensamento...
peço permissão para levar parte dele e fixar como frase em meu blog...
Paz!
Agradeço muito por seu comentário. Glorifico a Deus em saber que qualquer texto que escrevi, ou mesmo parte dele, estará fazendo parte de seu blog. Esteja sempre a vontade quanto a isso.
Um forte abraço, na graça e paz de Jesus!
"O Evangelho é a boa nova sobre a vinda e a obra de Jesus. Cristo em nós é a esperança da glória. Por isso, mesmo parecendo chavão ou uma simplificação exagerada, Ele é a boa nova, Jesus é o Evangelho".
Gostei muito do seu artigo!
Muito bom, parabéns por deixar fluir a cada dia as Verdades do Espírito do nosso Senhor. Graça e bondade.
O bispo Walter foi meu primeiro pastor, quando me converti em 1988, na Igreja de Nova Vida em Botafogo. Por isso fiz questão de perguntar diretamente a ele sua definição do evangelho, para incluir nesse texto.
Um forte abraço amiga, na paz do Senhor!
Você foi o autor do texto mais forte que já li sobre o evangelho, que recomendo a todos os leitores:
http://sustodeamor.blogspot.com/2010/08/o-que-os-crentes-nao-estao-entendendo.html
É muito bom saber que estamos em sintonia!
Um forte abraço amigo, na graça e paz de Jesus!
Rosimary Vasconcelos.
Saber da situação que você está enfrentando por amor a Jesus, e que tantos outros irmãos também estão passando, é o que me impulsiona a continuar escrevendo sobre o evangelho.
Dedico a você e aos perseguidos por causa da justiça este artigo, para glória de Deus.
Graça e paz!
Paz ,que o Pai o conduza em graça e verdade!!
Realmente são os que sofrem, os pobres, os doentes que precisam do remédio chamado Jesus. Ou seja, toda a humanidade! O problema é que nem todos percebem sua triste situação, razão pela qual precisamos do Espírito Santo na pregação. É ele que convence o homem da miséria de seu pecado.
Gostei muito da analogia do evangelho com o pacote que vem de graça, cujo conteúdo é Jesus, "o puro amor de Deus por todos nós pecadores."
Deus lhe abençoe cada dia mais!