30 março 2011

A PEDRA MAIA E A CHEGADA DO SENHOR DOS CÉUS

Por Alan Capriles

Antes de tecer meus comentários acerca das profecias maias e sobre o suposto fim do mundo em 2012, divulgo a seguinte notícia, publicada hoje no Jornal do Brasil, bem como em muitos outros veículos de comunicação:
Antropólogo exibe pedra maia para desmentir o fim do mundo em 2012
TABASCO, México, 29 Mar 2011 (AFP) - A pedra do calendário maia que foi interpretada erroneamente como um anúncio do fim do mundo marcado para dezembro de 2012 foi apresentada na terça-feira em Tabasco, sudeste do México.
A peça é formada de pedra calcária e esculpida com martelo e cinzel, e está incompleta. "No pouco que podemos apreciá-la, em nenhum de seus lados diz que em 2012 o mundo vai acabar", enfatizou José Luis Romero, subdiretor do Instituto Nacional de Antropologia e História.
Na pedra está escrita a data de 23 de dezembro de 2012, o que provocou rumores de que os maias teriam previsto o fim do mundo para este dia. Até uma produção hollywoodiana, "2012", foi lançada apresentando esse cenário de Apocalipse.
Pedra com calendário teria sido interpretada de forma errada "No pouco que se pode ler, os maias se referem à chegada de um senhor dos céus, coincidindo com o encerramento de um ciclo numérico", afirmou Romero.
A data gravada em pedra se refere ao Bactum XIII, que significa o início de uma nova era, insistiu Romero.
Fonte: JB
Para muitos pode parecer surpreendente, mas nem mesmo Jesus Cristo disse que o mundo acabaria. O problema é que existem quatro palavras gregas que em nossas versões do Novo Testamento são traduzidas como “mundo”. No caso do sermão escatológico proferido pelo Senhor (Mateus cap. 24, Marcos 13 e Lucas 21) a palavra original grega é “aeon”, que não significa mundo, mas “era”. Esta é a mesma palavra que foi traduzida nos seguintes versículos como “século” e não mundo, na versão de Almeida Revista e Atualizada:

“Pois, assim como o joio é colhido e lançado ao fogo, assim será na consumação do século.” (Mateus 13:40 )


“No monte das Oliveiras, achava-se Jesus assentado, quando se aproximaram dele os discípulos, em particular, e lhe pediram: Dize-nos quando sucederão estas coisas e que sinal haverá da tua vinda e da consumação do século.” (Mateus 24:3)

Na tradicional versão de Almeida Corrigida, não se traduz “consumação do século”, mas “fim do mundo”. Porém, ambas as versões traduzem erroneamente o termo “aeon” (ou aion). Como bem sabemos, “século” é um período de cem anos e “mundo” seria o nosso planeta Terra. Devido a esses erros de tradução é que muitos temeram o fim do mundo no final do século passado. Mas o Senhor não estava falando do fim de um período de cem anos e muito menos da aniquilação deste planeta, mas do final desta era em que vivemos.

Resumindo: nem “fim do mundo”, nem “consumação do século”, mas “final de uma era”.

O problema é que a palavra “era” tem sido repudiada entre os evangélicos por sua identificação com o esoterismo. De fato, os esotéricos e espiritualistas estão aguardando o início de uma “nova era”, mas não segundo o que a Bíblia diz acerca do porvir. Com certeza o maligno os está enganando acerca disso. Mas não é porque eles distorcem esta palavra que nós estejamos proibidos de usá-la. Estamos, inegavelmente, no fim de uma era.

E não foi por acaso que o Senhor comparou o final desta era com os dias de Noé (Mt 24:37-41). Assim como aconteceu no dilúvio, o mundo não acabará, mas os homens ímpios serão destruídos e a Terra passará por uma transformação, antes que os justos voltem a habitá-la, com corpos glorificados (1Co 15:49-58; 2Pe 3:13; Ap 21). A diferença é que desta vez a Terra não será mais purificada pela água, mas pelo fogo (2Pe 3:10). Também não seremos salvos por uma arca de madeira, mas por aquele que morreu por nós no madeiro, nosso Senhor Jesus Cristo, que voltará para nos livrar da ira vindoura e a todos quantos ainda serão salvos por meio da fé nele. (Rm 5:9, 1Ts 1:10; 5:9, Ap 16:1)

Se essa volta de Cristo será antes, durante ou mesmo depois da chamada “grande tribulação” isso é o que menos importa. E, quanto a se prever uma data, isso é o que jamais poderemos fazer, muito menos os maias, que não conheceram ao Senhor.

“Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai. [...] Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor.” (Mt 24:36,42) 

O importante é que permaneçamos em Cristo, firmes na fé, cheios do Espírito Santo, constantes e abundantes na evangelização em amor.

“Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que possais escapar de todas estas cousas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do homem.” (Lc 21:36)

No entanto, há duas revelações que merecem atenção na “pedra maia”. Primeiro, a revelação do final de uma era, que notadamente já está chegando ao fim. Segundo, a referência “à chegada de um senhor dos céus” entre as duas eras, conforme foi revelado pelo antropólogo que estudou as previsões da pedra.

Ora, sabemos que o Senhor dos céus e da terra é Jesus Cristo. Sabemos também que ele voltará sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória, exatamente no fim desta era. Não estou com isso dando veracidade às profecias maias. Tão somente fiquei surpreso com aquilo que parece ser uma referência direta ao Senhor Jesus Cristo.

O que me resta é concluir que Deus, em seu imenso amor, tem maneiras surpreendentes de chamar a atenção do mundo para seu filho, Jesus Cristo, “a fim de que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.”

De fato, as pedras estão clamando...

28 março 2011

O INTERROGATÓRIO DE JOSÉ E MARIA NO APÓCRIFO DE TIAGO

Por Alan Capriles

Como foi que Maria, mãe de Jesus, escapou de ser apedrejada quando apareceu grávida antes do casamento? Sabemos que José foi informado pelo anjo Gabriel acerca do que estava acontecendo, mas e quanto ao restante do povo? Eles acreditariam nessa história de ser concebida pelo Espírito Santo? Certamente que não, muito menos os escribas e fariseus. E, segundo a lei de Moisés, mulheres que perdessem a virgindade antes do casamento deveriam ser apedrejadas até a morte [1]. Então, por que com Maria foi diferente?

A explicação pode ser encontrada no Proto-evangelho de Tiago, um livro apócrifo, que por pouco não fez parte do Novo Testamento. Alguns dos chamados Pais da Igreja, como Orígenes e Clemente de Alexandria, fizeram freqüente menção a este livro, o que lhe favorece a credibilidade. Apesar de sua autoria ser atribuída ao apóstolo Tiago, filho de Zebedeu, alguns duvidam, pois o autor denota não conhecer bem a religião judaica.

No entanto, acredita-se que o Livro de Tiago, como era simplesmente conhecido, foi escrito antes mesmo dos evangelhos canônicos. Os estudiosos do assunto vão ainda mais além, afirmando que este apócrifo serviu até de base para os canônicos. O fato é que se trata do texto mais antigo sobre os eventos anteriores ao nascimento de Jesus, incluindo-se a natividade de Maria. Para se ter uma idéia, Guillaume Postel, humanista francês, considerava-o um prólogo do Evangelho de Mateus. Portanto, se houvesse sido incluso entre os canônicos, o Proto-Evangelho de Tiago seria o livro de abertura do Novo Testamento.

Segue-se um trecho muito interessante deste livro, que nos explica como Maria teria conseguido escapar do apedrejamento. A meu ver, uma explicação bastante coerente.
Anás, o escriba, deu-se conta da gravidez de Maria. Então, correu ao sacerdote dizendo-lhe: “Este José, por quem respondes, cometeu uma falta grave.” “Que queres dizer com isso?”, perguntou o sacerdote. Ao que respondeu Anás: “Pois violou aquela virgem que recebeu do templo de Deus, com fraude de seu casamento e sem manifestá-lo ao povo de Israel.” Disse o sacerdote: “E estás certo de que foi José que fez tal coisa?” Replicou Anás: “Envia uma comissão e te certificarás de que a donzela está realmente grávida”.
Saíram os emissários e a encontraram tal qual havia dito Anás, e por isso a levaram juntamente com José ante o tribunal.
E o sacerdote iniciou dizendo: “Maria, como fizeste tal coisa? Que te levou a vilipendiar tua alma e esquecer-te do Senhor teu Deus? Tu que te criaste no santo dos santos, que recebias alimento das mãos de um anjo, que escutastes os hinos e que dançavas na presença de Deus? Como fizestes isso?” E ela se pôs a chorar amargamente dizendo: “Juro pelo Senhor meu Deus que estou pura em sua presença e que não conheci varão.”
Então, o sacerdote dirigiu-se a José dizendo-lhe: “Porque fizestes isso?” Replicou José: “Juro, pelo Senhor meu Deus, que me encontro puro com relação a ela.” Acrescentou o sacerdote: “Não jures em falso, dize a verdade. Usaste fraudulentamente o matrimônio e não o deste a conhecer ao povo de Israel, e não abaixaste tua cabeça sob a mão poderosa de Deus, por quem sua descendência havia sido bendita.” José guardou silêncio.
“Devolve, pois, continuou o sacerdote, a virgem que recebeste do templo do Senhor.” José ficou com os olhos marejados de lágrimas. Mas acrescentou o sacerdote: “Farei com que bebais da água da prova do Senhor e ela vos mostrará, diante de vossos próprios olhos, vossos pecados.” [2]
E, tomando da água, fez José bebê-la, enviando-o em seguida à montanha; mas voltou são e salvo. Fez o mesmo com Maria, também enviando-a à montanha; mas ela voltou sã e salva. E toda a cidade se encheu de admiração ao ver que não havia pecado neles.
E replicou o sacerdote: “Posto que o Senhor não declarou vosso pecado, tampouco irei condenar-vos”. Então despediu-os. E tomando Maria, José voltou para casa cheio de alegria e louvando ao Deus de Israel.
Proto-evangelho de Tiago, cap. XV e XVI 
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[1] Assim ordenava a Lei de Moisés: “Porém, se isto for verdade, que não se achou na moça a virgindade, então, a levarão à porta da casa de seu pai, e os homens de sua cidade a apedrejarão até que morra, pois fez loucura em Israel, prostituindo-se na casa de seu pai; assim, eliminarás o mal do meio de ti.” (Deuteronômio 22:20-21)
[2] Confira em sua Bíblia este procedimento, chamado de “Prova da mulher suspeita de adultério”. Deve-se ler todo o contexto (Nm 5:11-31). Segue-se apenas a parte principal:
“E, havendo-lhe dado a beber a água, será que, se ela se tiver contaminado, e a seu marido tenha sido infiel, a água amaldiçoante3 entrará nela para amargura, e o seu ventre se inchará, e a sua cocha descairá; a mulher será por maldição no meio de seu povo. Se a mulher se não tiver contaminado, mas estiver limpa, então, será livre e conceberá.” (vv.27-28)

11 março 2011

O BRAMIDO DO MAR E DAS ONDAS

“Sobre a terra, angústia entre as nações
em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas”
(Jesus Cristo - Lc 21:25)
Por Alan Capriles

Notícias acerca de tsunamis cada vez mais devastadores não deveriam nos surpreender. Ondas gigantes foram preditas pelo Senhor Jesus como mais um dos sinais que precederiam sua vinda.

Alguns argumentam que tsunamis sempre ocorreram, o que não deixa de ser verdade. Mas a profecia de Jesus não relata somente a ocorrência de ondas gigantes, mas também que nações ficariam perplexas e angustiadas com isso. E esse é um detalhe importante, pois não poderia ocorrer tal preocupação mundial antes deste século.

Foi somente após o Tsunami de 2004, no qual morreram mais de 230 mil pessoas, que os países do chamado “círculo de fogo do Pacífico” se prepararam com alertas de Tsunami. Na ocorrência de algum terremoto marítimo, os alertas são emitidos e as nações se preparam para o pior.

Nesse exato momento que escrevo, por exemplo, um alerta de tsunami foi emitido em cerca de 50 países, por decorrência do pior terremoto que atingiu o Japão, com 8,9 graus na escala Richter. Esse já está sendo considerado o sétimo maior terremoto da história no mundo.



Aliás, grandes terremotos também foram preditos pelo Senhor (Lc 21:11), assim como outras coisas espantosas. O que não podemos esquecer é do motivo pela qual Jesus nos alertou acerca dessas coisas. Não foi para que nos preparássemos com kits de sobrevivência, ou rotas de fuga. Vamos relembrar o que nos preveniu o Senhor:
“Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça, porque a vossa redenção se aproxima.”
“Quando virdes acontecerem estas coisas, sabei que está próximo o reino de Deus.”
“Vigiai, pois, a todo tempo, orando, pra que possais escapar de todas estas coisas que têm de suceder e estar em pé na presença do Filho do Homem.”
(Lucas 21:28,31,36)
Não devemos ignorar os sinais do fim que, como um ressoar de trombetas, servem para que acordemos de nossa indolência (Rm 13:11-14). Mas, que efeito essas calamidades tem exercido sobre nós? Será que percebemos o quanto se aproxima o fim? E, se percebemos, de que adianta, se nada fizermos? No mínimo, deveríamos dedicar mais tempo à oração, solidariedade e evangelização, atitudes que serão requeridas de cada um de nós pelo Senhor na sua vinda. (Se duvida, confira as três últimas parábolas acerca do fim: Mt 25:1-13; 14-30; 31-46)

E catástrofes ainda maiores estão por vir. Estou convencido de que o versículo mencionado no início não se refere somente a tsunamis, mas também ao nível do mar que aumenta mais rapidamente a cada ano. E este é um processo irreversível, de conseqüências calamitosas.

Quando cidades litorâneas do mundo inteiro forem tomadas pelo próprio mar, e não somente por suas ondas, então teremos a correta dimensão do que Jesus quis dizer com angústia e perplexidade entre as nações. E quando os últimos grandes sinais acontecerem, que serão cósmicos - no sol, na lua e nas estrelas - então “haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das coisas que sobrevirão ao mundo” (Lc 21:26). Mas este é um assunto extenso, que vamos examinar em outra ocasião, se Deus assim nos permitir.

Alan Capriles

07 março 2011

O QUE É O EVANGELHO

Por Alan Capriles

O evangelho de Jesus não é algo complexo, de difícil compreensão. Porém, ao mesmo tempo em que o evangelho é simples, a sua definição precisa ser elaborada com cautela.

O evangelho é simples no sentido de que até uma criança pode compreender essa mensagem de boas novas. Aliás, “boas novas” é a tradução literal do termo grego “evangelho”. Mas dizer simplesmente que “o evangelho é Jesus”, ainda que não esteja errado, pode confundir mais do que esclarecer. Por exemplo, uma pessoa pode estar pregando sobre Jesus e não estar pregando o evangelho. Aliás, isso é o que mais tem acontecido hoje em dia!

A necessidade de cautela para se definir o evangelho foi comentada por John Piper, numa de suas obras:
“Um extremo é definir o evangelho cristão em termos tão amplos que chamaremos de evangelho tudo o que é bom na mensagem cristã. O outro extremo seria definir o evangelho cristão em termos tão restritos que a definição não faça justiça a todos os usos do Novo Testamento.”[1]

Nessa busca por uma definição equilibrada, o que não podemos perder de vista é o fato de que o evangelho é uma mensagem, uma proclamação ao mundo. Na verdade, é a notícia mais importante, maravilhosa e urgente de todos os tempos, para todas as épocas e para todos os homens. O conteúdo dessa mensagem pode ser resumido, mas seus pilares não podem ser alterados, ou removidos.

Creio que o exame cuidadoso das pregações apostólicas e dos textos que tratam do evangelho nas epístolas seja o melhor caminho para se chegar a uma definição bíblica do evangelho. Foi com base nesse acurado exame, e após muito pedir auxílio do alto em oração, que elaborei uma definição resumida do evangelho:

O evangelho é uma notícia maravilhosa:
Deus nos libertando de nossos pecados
por meio da fé em Jesus Cristo
e vindo habitar em nós por meio do Espírito Santo.
Isso nos possibilita uma vida repleta de alegria, paz
e incondicional amor ao próximo,
além de nos tornar agentes do Reino de Deus na terra
e herdeiros da vida eterna.
[2]

Cada linha desta sentença expressa grandiosas verdades. O conjunto delas perfaz a mensagem completa do evangelho. Uma mensagem maravilhosa, alegre, de reconciliação com Deus por meio de Jesus! Quanto mais destas verdades houver numa pregação, mais próxima esta será de uma genuína pregação do evangelho. Por outro lado, quanto mais forem esquecidas, mais distante o pregador estará do “poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1:16).

A misericordiosa graça de Deus, o senhorio de Cristo, a centralidade da cruz, a ressurreição, a necessidade do arrependimento, a justificação pela fé em Jesus, a comunhão do Espírito Santo, a regeneração, o alerta do juízo final, a salvação e herança dos santos - cada um desses pontos, ou a grande maioria deles, estavam presentes em cada pregação apostólica (confira no livro de Atos 2:14-41; 3:12-26; 4:8-12; 5:29-32; 10:34-43; 13:16-41; 17:22-31).

Porém, como se percebe, esses pilares do evangelho estão ausentes da maioria dos púlpitos hoje em dia. Pouquíssimas pregações contêm sequer a metade do conteúdo das pregações apostólicas, o que é muito grave, pois o evangelho está sendo diluído e perdendo seu poder para conversão de vidas. Ora, o Espírito Santo, que convence do pecado, da justiça e do juízo, não tem compromisso com a nossa palavra, mas com a palavra de Deus (João 16:7-13). Quando um servo fiel prega o verdadeiro evangelho, que é segundo a palavra de Deus, o Espírito Santo entra em ação e convence o pecador da sua necessidade de Cristo.

Mas há também muitos outros versículos no Novo Testamento, além das pregações em Atos, que concentram boa parte do conteúdo do evangelho. Aliás, memorizar esses versículos, que transcrevo abaixo, é de grande utilidade, pois podem ser mencionados não apenas numa pregação, mas também no evangelismo pessoal.
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)


“Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em Jesus.” (Romanos 3:23-26)


“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.” (Romanos 5:8-9)


“Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.” (1 Coríntios 15:1-4)


“Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus. Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.” (2 Coríntios 5:19-21)


“Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, - pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus; para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” (Efésios 2:4-10)


“Porquanto a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens, educando-nos para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente, aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus, o qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniqüidade e purificar, para si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras.” (Tito 2:11-14)


“Quando, porém, se manifestou a benignidade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com todos, não por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo sua misericórdia, ele nos salvou mediante o lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós ricamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador, a fim de que, justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna.” (Tito 3:4-7)


“Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus” (1 Pedro 3:18a)
A relação de versículos acima, que não é exaustiva, nos revela que o evangelho não tem por finalidade conduzir as pessoas a conquistas materiais, e sim conduzi-las ao próprio Deus, por meio de Jesus Cristo, único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2:5). Revela-nos também que a mesma verdade do evangelho pode ser dita de várias formas diferentes, contanto que não se altere sua doutrina.

Como exemplo disso, apresento algumas definições contemporâneas do evangelho:
“O Evangelho é a boa nova sobre a vinda e a obra de Jesus.” (Walter McAlister) [3]


“O evangelho é Cristo crucificado, sua obra consumada na cruz” (John Stott) [4]


“A mensagem central da Bíblia é o evangelho, ou boas notícias sobre a pessoa e obra de Jesus Cristo.” (Mark Driscoll) [5]


“O evangelho é as boas novas ou as notícias alegres de salvação ou da libertação da penalidade, do poder e da presença do pecado, inteira e exclusivamente através da pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo” (John A. Kohler)[6]


“O essencial do evangelho é ‘Cristo morreu pelos nossos pecados’.” (Executiva IPB) [7]
Como se percebe, existe um ponto de convergência em todas essas definições do evangelho: Jesus e sua obra consumada na cruz. Portanto, isso é o que jamais pode faltar em qualquer exposição do evangelho, razão pela qual Paulo afirmou aos coríntios: “decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado.” (1 Coríntios 2:2) Tal como o próprio Senhor profetizou a seu respeito: “E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo.” (João 12:32)

Que, a exemplo de Paulo, rejeitemos como anátema o falso evangelho, que conduz ao próprio ego, ou a líderes humanos e suas instituições. Mas que vivamos no verdadeiro evangelho, de uma plena comunhão com Deus e amor ao próximo, por meio de Jesus Cristo, que consumou na cruz para sempre a nossa salvação. Isso sim é boa nova, pois esse é o evangelho!

“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Romanos 11:36)
Alan Capriles
_______________________________
[1] John Piper, em “Deus é o Evangelho” - editora Fiel - página 26.
[2] Comentarei cada linha desta sentença no artigo “O Resumo do Evangelho”.
[3] http://formspring.me/WalterMcAlister/q/168477861387210451
[4] http://monergismo.com/textos/evangelho/o_que_evangelho_stott.htm
[5] http://marshillchurch.org/about/the-gospel
[6] http://monergismo.com/textos/evangelho/o_que_evangelho_kohler.htm
[7] http://executivaipb.com.br/Conviccoes/o_que_e_o_evangelho.pdf

05 março 2011

HEBRAICO FÁCIL

Recomendo a todos o curso idealizado por nosso amigo Silvio e disponível em seu blog, Hebraico Fácil.

Além das imagens, as lições são acompanhadas em áudio, o que facilita bastante no aprendizado. Curiosidades, tais como saber a forma de se escrever seu nome em hebraico, também podem ser conferidas no blog.

Você deve estar se perguntando quanto custa tudo isso. Custará somente a sua dedicação, pois é totalmente gratuito. O Sílvio, que é professor de idiomas e vive há 15 anos em Israel, explica em seu blog que este "é um trabalho de amor pela língua hebraica e o ensino desta."

Amigos, não vamos perder essa oportunidade! Determine separar uma hora por dia para o aprendizado da língua hebraica. Se tivermos disciplina e perseverança, em breve estaremos lendo o Antigo Testamento diretamente da sua língua original.

04 março 2011

O QUE NÃO É O EVANGELHO

Por Alan Capriles

“Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” - esta foi a ordem deixada pelo Senhor Jesus no momento de sua partida. Desde então, muitos discípulos de Cristo tem saído pelo mundo afora e falado a toda criatura. Mas será que todos estão, de fato, pregando corretamente o evangelho?

Não basta ir e falar qualquer coisa em nome de Jesus - é preciso dizer a mensagem correta. Falhar nesse ponto é mais do que prestar um desserviço ao reino de Deus - é trazer um prejuízo de conseqüências eternas, tanto para o mensageiro, quanto para os que recebem a mensagem.

Esse é um assunto tão grave, que Paulo, em sua carta aos Gálatas, considera anátema (amaldiçoado) aquele que perverter a mensagem do evangelho (Gl 1:6-9). Logo em seguida, o apóstolo questiona: “Porventura, procuro eu, agora, o favor dos homens ou o de Deus? Ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda a homens, não seria servo de Cristo.” Com isso, subentende-se que alguns estavam pregando um evangelho agradável aos homens, ou centrado no próprio homem e não em Cristo.

Apesar de evangelho significar “boas novas”, ou “alegres notícias”, isso não quer dizer que pregar o evangelho seja alegrar os pecadores. A finalidade do evangelho não é, de forma alguma, massagear o ego das pessoas. Antes, pelo contrário, a verdadeira mensagem do evangelho faz oposição ao sistema deste mundo e “acaba com a festa” daqueles que vivem como se Deus não existisse.

No entanto, muitos pregadores da atualidade pregam justamente aquilo que as pessoas querem ouvir, a fim de agradá-las, e não o que precisam ouvir para salvá-las. A triste realidade é que Cristo tem sido anunciado mais como a “solução” de problemas do que como o Salvador de nossas vidas. Com isso, reduzem nosso amado Jesus a um “garoto propaganda” e o evangelho a um produto de mercado, que serve para mil e uma utilidades.

“E esta é a promessa que ele mesmo nos fez, a vida eterna. Isto que vos acabo de escrever é acerca dos que vos procuram enganar.” (1 João 2:25-26)

Promessas de saúde, riqueza, fama e poder tem sido anunciadas como se isso fosse o evangelho. “Aceite Jesus e você terá direito a essas bênçãos” - esse é o falso evangelho que tem sido anunciado para se atrair um número cada vez maior de pessoas egoístas, materialistas e interesseiras. Como não faltam pessoas assim no mundo, as igrejas que prometem essas coisas enchem mais rapidamente, atraindo um público que não está nem um pouco disposto a renúncias, mas muito interessado em conquistas.

E é justamente a pregação desse falso evangelho, que não converte vidas, a razão pela qual a igreja não tem mais incomodado o mundo. Exemplo disso é o número cada vez maior de cantores evangélicos convidados para cantar em programas mundanos, ou o fato de cruzadas evangelísticas ganharem cobertura em canais de TV que anteriormente perseguiam os cristãos. E a maioria dos crentes está tão cega que considera esse aplauso do mundo uma conquista, quando na verdade é o sintoma de que algo não vai nada bem com a igreja.

“Ai de vós, quando todos vos louvarem! Porque assim procederam seus pais com os falsos profetas.” (Lucas 6:26)

Portanto, o verdadeiro evangelho não trás alegria para o perdido e nem recebe os aplausos do mundo, mas trás o perdido para a verdadeira alegria e o liberta das paixões desse mundo.

O falso evangelho pode até alegrar as pessoas por um tempo, com suas expectativas temporais, mas não lhes concede a verdadeira  e eterna felicidade, que está em desfrutarmos da plena comunhão com Deus por meio de Jesus Cristo, no qual há verdadeira e eterna vida.

Mas, se o próprio Deus é o bem maior do evangelho, o que é o evangelho? Que mensagem devemos pregar? Minha tentativa de responder biblicamente a essa pergunta encontra-se no próximo artigo, intitulado “O que é o evangelho”.

Alan Capriles

01 março 2011

O FOLHETO PROIBIDO

Por Alan Capriles

Há muito tempo venho pregando que os próprios evangélicos é que precisam ser evangelizados. Minha certeza decorre da inquestionável discrepância entre o que Jesus ensinou e o que se pratica hoje na maioria das igrejas evangélicas.

Por acreditarem cegamente em seus líderes, muitos crentes têm se afastado da simplicidade do verdadeiro evangelho, trocando a suficiência da fé em Cristo por uma série de superstições e práticas desnecessárias à vida cristã.

Um exemplo dessa grave realidade é o alerta contido no folheto que transcrevi abaixo. Ele foi distribuído aos participantes de um congresso de batalha espiritual, liderado por Neuza Itioka, que se intitula apóstola. Os idealizadores do referido folheto, destinado aos crentes, são corajosos irmãos em Cristo, decididos a militar (literalmente) pelo retorno ao verdadeiro evangelho.

Erguendo faixas que transcreviam versículos bíblicos, esses guerreiros da fé se dispuseram em pontos estratégicos, a fim de entregar os folhetos a quem se dirigisse ao evento. Porém, por mais pacífica, silenciosa e bíblica que fosse a manifestação, os envolvidos relataram ter sofrido intimidação por parte dos seguranças do congresso.*

Como se não bastasse, a entrada dos congressistas só era permitida depois que eles entregassem na portaria o folheto que haviam acabado de receber. Ou seja, o folheto foi censurado e, muito provavelmente, nem chegou a ser lido pelos participantes do evento.

Mas, o que havia nesse folheto de tão ameaçador assim?

Simplesmente isso: A verdade.
__________

Transcrição do folheto:
Batalha Espiritual Bíblica
LEIA, PEDINDO DISCERNIMENTO
AO ESPÍRITO SANTO.

Jesus levou sobre si nossas dores e enfermidades (Is 53.4) e nos deu Sua paz, diferente da que o mundo dá (Jo 14.27), mas nesse mesmo versículo completa: “Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”. Isso é muito importante para mostrar que, mesmo na Paz de Cristo, há situações para os cristãos capazes de nos atemorizar, de nos angustiar o coração. Em outras passagens Jesus nos mostra isso, por exemplo, quando nos conclama a não sermos ansiosos com o que haveremos de comer ou vestir (Mt 6.25-34), ou quando nos pede para não nos afligirmos, afinal Ele venceu o mundo (Jo 16.33). Assim, é um ENGANO achar que o cristão não pode ter dificuldades financeiras, doenças, aflições, e é um ENGANO AINDA MAIOR atribuir todos os problemas dos cristãos aos demônios. Lembremos do Apóstolo (de verdade) Paulo.

"Voltemos ao Evangelho puro e simples"
Não é preciso fazer curso de libertação e cura interior para se expulsar demônios. Faz pouco tempo que o movimento de libertação iniciou, contudo faz mais de dois mil anos que Deus liberta seu povo e os livra do inimigo. No século passado pastores como Peter Wagner receberam “revelações” de que para uma pessoa ser liberta, precisaria passar por uma série de rituais e o perdão de Deus apenas não bastava.
LUTA CONTRA MAMON
Nos ministérios de libertação e cura interior, lutar contra Mamom é o cristão dar o seu dinheiro na igreja. Não à toa, uma das ministrações é uma oferta do MELHOR que o cristão tiver no momento, sem a qual a pessoa continuaria prisioneira do tal demônio, tendo em consequência suas finanças presas também. Porém, segundo Jesus, a luta contra Mamom é justamente lutar contra o que as novas doutrinas têm pregado sobre prosperidade.
MINISTÉRIO APOSTÓLICO
Os verdadeiros apóstolos simplesmente expulsavam e os demônios saíam em nome de Jesus. É assim que nós, hoje devemos continuar fazendo se realmente somos seguidores de Cristo. Devemos segui-Lo e não a ensinamentos e “revelações” de pastores e líderes. Tudo o que foge à simplicidade e pureza do Evangelho de Cristo deve ser considerado anátema.
MALDIÇÃO HEREDITÁRIA
Não existe maldição hereditária para quem é cristão. Em Cristo, somos novas criaturas, as demais coisas já passaram. Ter a mesma doença que o pai ou o avô não é maldição hereditária, mas sim um problema de ordem física, genética, que Deus, se quiser, pode curar. Ser pobre como o pai ou o avô não é maldição hereditária, mas sim talvez a chance que Deus está nos dando de depender exclusivamente Dele, conforme Mt 6.25-34. Há também problemas de ordem psicológica, as quais demandam terapia e tratamento profissional adequado.
UNÇÃO SOBRE CHACRAS
Ungir para fechar chacras, não cruzar as pernas e os braços durante a sessão de libertação, ter que expulsar os demônios citando-lhes os nomes (sendo que Jesus expulsou toda uma legião – ou seja, até 6 mil membros – sem nominá-los individualmente), tudo isso são práticas e rituais que nada tem a ver com os ensinos dos Evangelhos. São, no mínimo, superstições gospel e na pior hipótese, são ensinos demoníacos.

A VERDADE É QUE JESUS CRISTO NOS BASTA!
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Veja a imagem completa do folheto.
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* Confira o relato de alguns participantes do protesto em seus blogs:

http://pedrasclamam.wordpress.com/2011/02/26/um-dia-no-agape-da-ap-neuza-itioka/

http://exemplobereano.blogspot.com/2011/02/o-show-tem-que-parar.html

http://oproponente.blogspot.com/2011/02/o-how-tem-que-parar-neua-ypioca-min.html