GERAÇÃO Z – A ÚLTIMA GERAÇÃO?

Por Alan Capriles

Uma das profecias escatológicas mais impressionantes da Bíblia não está no livro do Apocalipse, mas naquela que é considerada por teólogos como a última epístola escrita por Paulo, pouco antes de seu martírio. Trata-se da descrição que ele faz a Timóteo de como seriam as pessoas nos últimos dias.
“Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.
Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus”
(2Tm 3:1-4)
Sabendo que a hora de sua partida para a glória se aproximava, Paulo compartilha com o jovem Timóteo a revelação que Deus lhe dera acerca dos últimos dias. O que o apóstolo parecia desconhecer é que isso não se realizaria no tempo de Timóteo, mas somente agora, cerca de dois mil anos depois, em nossos dias.

Afirmo isso baseado na simples constatação de que todas as características relacionadas por Paulo são condizentes com a última geração existente, geração esta batizada por sociólogos de (acreditem) “geração Z”.

Aliás, a letra “z” é a última do alfabeto. Seria isso mera coincidência?

A chamada “geração Z” é composta por aqueles que nasceram após 1995, ou seja, dentro de um contexto social onde já havia internet e telefonia celular.  Não posso dizer até que ponto essa tecnologia pode influenciar negativamente nossos jovens, mas o fato é que não consigo imaginar uma geração mais “amante de si mesma” como essa!

Acompanho de perto essa geração porque meus dois filhos fazem parte dela, tendo o mais velho nascido em 1996 e o caçula em 1999. Ambos estão entrando na fase da adolescência e já percebo neles o início das infames características relacionadas por Paulo.  Como pai, procuro não apenas repreender, mas também aconselhar, mostrando que tais atitudes são abomináveis, ainda que comuns em nossos dias.

Ou alguém duvida que a maioria dos jovens dessa geração seja mais amiga dos prazeres do que de Deus? Uma prova disso está nas igrejas evangélicas e católicas, que têm criado deleites mundanos, tais como shows e bailes, para manter os jovens como membros. Nunca antes na história da igreja tal coisa foi necessária. Uma igreja bíblica – centrada em Palavra, oração e caridade – dificilmente será procurada pela geração Z. Por uma simples razão: a maioria deles não quer Deus, mas apenas quer se divertir. Obviamente, há exceções, mas são poucas.

A maioria de nossos jovens, por exemplo, parece não ver nada de errado em ficar tirando dezenas de fotos de si mesmos, para depois apresentá-las em suas páginas de relacionamento. Se isso não é ser amante de si mesmo, então não sei o que mais poderia ser. E é desse amor a si mesmo que decorrem todos os outros males que aparecem na relação de Paulo: avareza, presunção, soberba, etc...

Seria então a “geração Z” a última geração?

Como se não bastasse, ainda existe o fato das mudanças climáticas e suas conseqüências, que coincidem com as profecias apocalípticas de Jesus.

De fato, o Senhor profetizou sobre uma geração que veria todos os sinais da sua vinda se cumprindo (Mt 24:33,34). Uma geração que veria guerras, fomes, pestes, coisas espantosas, catástrofes climáticas, o aumento da iniqüidade, de falsos cristos e de falsos profetas. E profetizou mais: que esta geração não passaria sem que ele retornasse (Lc 21:28,31,32). E qual a geração que tem visto todos os sinais, seja pela tela de um televisor, computador, ou mesmo celular?

Estou ciente dos riscos de se afirmar que esta seja a última geração. Por isso não afirmo nada a esse respeito. Algumas seitas nasceram da precipitação de líderes que proclamavam haver chegado o fim. Não quero cometer tamanho desatino. O título deste artigo é uma simples indagação, nada mais do que isso.

Afinal de contas, o dia e hora da prometida volta do Senhor ninguém sabe e geração alguma saberá predizer. Geração alguma... se é que ainda teremos outras gerações.

Alan Capriles

Comentários

Rô Moreira disse…
Esta geração Z é demais, aqui em casa tem , só vivem tirando fotos. rsss
Mas tem a geração Y que é aquela que pega tudo pronto e sem referencial. olhe so aqui:
http://pointrhema.blogspot.com/2011/02/cade-o-meu-mentor.html
Alan Capriles disse…
É verdade, Rô!

Ainda bem que somos da geração X, confira:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Gera%C3%A7%C3%A3o_X

Valeu por comentar tão rápido! Paz!
René disse…
Alan,

Creio que toda geração considera a próxima geração pior! No que concerne a ser discípulo de Jesus, podemos afirmar que é mesmo, pois cada geração demonstra menos amor pelo próximo e mais amor por si mesma.

Se chegamos à última letra do alfabeto, nas gerações, não sei, assim como você disse que não sabe e não está afirmando que seja. Mas que o individualismo (soberba), e a conseqüente falta de amor, está atingindo níveis absurdos, isto está! E sabemos que a soberba precede a queda!

Por outro lado, devemos lembrar que cada geração carrega muito da geração anterior, em si mesma. Isto aponta para uma responsabilidade nossa, na formação da próxima geração. Se nossos filhos amam demais a si mesmos, temos um excelente "gancho" para mostrarmos a eles o que Deus queria dizer com "ame ao próximo como a ti mesmo". E, a partir da compreensão disto, podemos mostrar o que Jesus quis dizer com "ame ao próximo como Eu te amei". Se formos complacentes com a realização de todas as vontades de nossos filhos, em maior medida que nossos pais já foram conosco, o caminho da perdição, para eles, é quase que inevitável. Mas, se determinarmos limites, eles poderão aprender o caminho do amor ao próximo, porque é experimentando a dureza da falta de algo, que se é capacitado a se condoer por aqueles que são privados de muitas coisas. E eu sei que você sabe disto.

Tá feia a coisa e ainda vai ficar pior. Mas Jesus continua sendo o Porto Seguro para aqueles que O conhecem e O amam. Vamos apresentá-Lo a tantos quantos pudermos!

Abração e continue na Paz!
Alan Capriles disse…
Meu amigo, René

Achei seu comentário muito importante. Como sempre, um ótimo complemento do assunto.

Pensei muito se deveria ou não escrever este texto. Porque também sei da verdade que vc salientou, "que toda geração considera a próxima geração pior".

Mas o que me motivou foi a estranha coincidência (?) de chamarem esta geração, nascida na era da internet, de geração Z.

Investigando na Wikipédia descobri que somos da geração X, nascidos entre 1960 e 1980. Depois veio a Y, a respeito da qual a Rô comentou (e deixou um link).

E já estão dizendo que os que nascerem após 2012 serão os da "geração alfa", ou seja, de uma nova era.

Precisamos ficar alertas. Alguma coisa não está cheirando bem nisso tudo.

Só nos resta salvar nossos filhos e netos, aconselhando-os a viver em Cristo, não se contaminando nesta geração mundana e egocêntrica. Perto está o Senhor. Talvez mais perto do que possamos imaginar...

Um forte abraço, na paz do Senhor Jesus!
Ricardo Joris disse…
Para mim que sou pai de uma menina, vejo com olhos de preocupação esta geração Z, evasiva da realidade, e o quanto os pais permitem que assim seja.
Vamos chegar ao ponto de só conseguir nos comunicar com esta rapaziada por meio dos computadores e outros canais eletrônicos, pois através do contato presencial vai ficar cada vez mais difícil!
http://gatosepapos.blogspot.com/2011/03/papo-z.html
Alan Capriles disse…
Olá, Ricardo!

Uma frase sua ilustra bem o que está ocorrendo com essa geração: "evasiva da realidade, e o quanto os pais permitem que assim seja."

De fato, não podemos apenas culpar nossos filhos pela alienação, mas tentar impedir que assim seja, demonstrando nosso interesse por eles e dialogando cada vez mais.

Valeu pelo comentário!
Um forte abraço!