Por Alan Capriles
Somos salvos por meio da fé em Cristo, não pela prática de boas obras. Esta verdade bíblica foi um dos cinco pilares da reforma protestante, no século 16. Os reformistas enfatizaram o “sola fide” (somente a fé) em oposição aos abusos da igreja católica apostólica romana, que vendia o céu por indulgências. E fizeram muito bem na defesa da verdade.
Meio milênio depois, esta verdade parece não ter sido esquecida no meio evangélico. Por mais que estejam deturpando o verdadeiro evangelho, o fato é que tanto os pregadores, quanto os folhetos evangelísticos das mais diversas denominações continuam afirmando que somos salvos pela fé. E somente pela fé.
Alguns poderão contestar, dizendo que hoje muitas igrejas impõem regras para que alguém seja salvo, tais como ser dizimista, ou passar por alguma campanha de libertação. Admito que isso esteja realmente acontecendo. Mas eu me refiro especificamente à questão das boas obras. Não conheço nenhuma denominação que afirme ser necessário praticar boas obras para ser salvo. E a razão é tanto óbvia quanto bíblica: boas obras não salvam. Ponto final.
Ponto final? Eu não seria tão precipitado.
Quanto mais eu medito na Bíblia, especialmente nos escritos do Novo Testamento, mais a palavra de Deus me convence de que as boas obras devem ser praticadas. E muito praticadas. Estou falando de caridade mesmo: ajudar os órfãos, as viúvas, os pobres...
São inúmeros os textos bíblicos que nos incentivam para a prática das boas obras!
Essa é uma verdade tão clara nas escrituras, mas tão raramente exercida no meio evangélico, que sou obrigado a concluir que a ênfase na salvação pela fé tornou-se, para muitos crentes, uma desculpa para não se praticar boas obras.
De maneira geral, os evangélicos não se preocupam em ajudar a quem precisa. E mesmo quando existe alguma iniciativa dessa natureza, são poucos os membros da igreja que se envolvem. Como pastor, eu estou falando daquilo que eu sei. Meu maior desafio tem sido fazer com que os irmãos da nossa congregação tenham mais compaixão pelo próximo, envolvendo-se nas iniciativas sociais que nossa igreja promove. Ou simplesmente ajudando a quem está do seu lado! Mas, como é difícil...
E talvez seja difícil porque sabemos que a salvação vem por meio da fé. Sendo assim, creio que muitos não praticam a caridade porque imaginam ser algo desnecessário. “Ora, já estou salvo, pra que me desgastar com boas obras?” Porém, não há maior engano do que esse!
Ninguém é salvo pelas obras – é verdade – mas se alguém não pratica boas obras, provavelmente é porque nunca foi salvo. Repito: nunca foi salvo! Quantos crentes egoístas, que pensam estar salvos, terão uma terrível surpresa ao ouvirem do Senhor naquele grande Dia: “Apartai-vos de mim, nunca vos conheci.”
Boas obras não salvam, mas é a marca de um salvo. Não estou com isso dizendo que qualquer pessoa que pratique boas obras é salva, mas que todo salvo, sem dúvida, praticará boas obras. E as praticará por amor, sem nenhum interesse, ou segundas intenções.
Digo isso porque há pessoas que praticam boas obras com a intenção de aparecer. Outras, por interesse espiritual, de pagar o seu “karma”, ou de ter uma melhor encarnação. Tais pessoas, obviamente, não estão dando um fruto, mas forçando uma situação.
Quem imagina estar comprando a salvação com obras ainda não compreendeu o evangelho de Cristo. Ele comprou nossa salvação com seu sangue, sofrendo o castigo que nos dá a paz. Do alto daquela cruz ele declarou “Está consumado!” O preço já foi pago e o escrito de dívida que havia contra nós foi riscado. Por pura graça e amor. E, para sermos salvos, somente precisamos crer na eficácia da obra de Jesus Cristo a nosso favor. A salvação é pela fé.
Mas a palavra de Deus nos ensina que a fé de um salvo resulta na prática de boas obras. Não somos salvos por elas, mas devemos andar nelas, ou seja, praticá-las.
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” (Efésios 2:8-10 RC)
Isso é revelador! Fomos criados em Cristo Jesus com esse objetivo: “para as boas obras!” A prática de boas obras é o fruto que viceja naturalmente na vida de alguém convertido a Cristo. Apesar de ser nossa obrigação ajudar o próximo, não é necessário ninguém mandar um cristão ser caridoso. Alguém verdadeiramente convertido a Cristo tem prazer em ajudar porque seu coração está cheio de amor e compaixão.
É também revelador o fato de que no encontro do apóstolo Paulo com os apóstolos Pedro e João, o único conselho que esses deram a ele foi: “não se esqueça dos pobres” (Gálatas 2:10). Recomendação que o próprio Paulo declara ter seguido diligentemente. Em sua epístola a Tito, por exemplo, encontramos várias recomendações nesse sentido, dentre as quais destaco as seguintes:
“[Jesus Cristo] se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniqüidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.” (Tito 2:14 RC)
“Fiel é a palavra, e isto quero que deveras afirmes, para que os que crêem em Deus procurem aplicar-se às boas obras; estas coisas são boas e proveitosas aos homens.” (Tito 3:8 RC)
Pergunto: temos nos aplicado às boas obras? Ou não cremos em Deus? Quem crê em Deus deve aplicar-se às boas obras.
Somos muito bons em falar de Deus e dizer que amamos nosso próximo, mas não podemos nos esquecer disso:
“Quem, pois, tiver bens do mundo e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar o seu coração, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.” (1 João 3:17-18 RC)
Temos realmente amado nosso próximo por obra e em verdade?
Como se vê, a prática das boas obras era uma prioridade na igreja apostólica. Uma prioridade. Eu poderia deixar dezenas de referências aqui, mas não o farei. Leia sua Bíblia! Ou melhor, medite nela. Especialmente nos escritos do Novo Testamento. Coloque à prova tudo que eu afirmo aqui. Sua salvação pode depender disso.
Se essa palavra lhe incomodou, provavelmente você é mais um daqueles crentes egoístas, que se gabam de saber muito das escrituras, mas que não pratica o amor de Deus. Simplesmente porque você não o tem. Mas pode ter. Ouça a voz do Senhor Jesus em seu coração:
“Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.” (João 13:34-35 RA)
Eis a chave para termos um amor espontâneo por nosso próximo: “assim como eu vos amei”. Somente quando meditamos no imenso amor de Jesus, que morreu por nós, sendo nós ainda pecadores, é que podemos amar nosso irmão. Medite mais no amor de Deus.
“Nós amamos porque ele nos amou primeiro.” (1 João 4:19 RA)
O exemplo do Senhor Jesus fez com que a prática do amor fosse uma prioridade na vida de seus discípulos. Uma prioridade que foi esquecida. Deveria ter sido resgatada no século 16, mas continuou esquecida...
Mas já é tempo de se resgatar esta verdade das escrituras. O sexto “sola”, que os reformadores não se deram conta, mas que é tão importante quanto os outros. A verdade bíblica de que “só o amor é a característica do verdadeiro cristão, a real evidência da salvação.”
Só o amor.
Somos salvos por meio da fé em Cristo, não pela prática de boas obras. Esta verdade bíblica foi um dos cinco pilares da reforma protestante, no século 16. Os reformistas enfatizaram o “sola fide” (somente a fé) em oposição aos abusos da igreja católica apostólica romana, que vendia o céu por indulgências. E fizeram muito bem na defesa da verdade.
Meio milênio depois, esta verdade parece não ter sido esquecida no meio evangélico. Por mais que estejam deturpando o verdadeiro evangelho, o fato é que tanto os pregadores, quanto os folhetos evangelísticos das mais diversas denominações continuam afirmando que somos salvos pela fé. E somente pela fé.
Alguns poderão contestar, dizendo que hoje muitas igrejas impõem regras para que alguém seja salvo, tais como ser dizimista, ou passar por alguma campanha de libertação. Admito que isso esteja realmente acontecendo. Mas eu me refiro especificamente à questão das boas obras. Não conheço nenhuma denominação que afirme ser necessário praticar boas obras para ser salvo. E a razão é tanto óbvia quanto bíblica: boas obras não salvam. Ponto final.
Ponto final? Eu não seria tão precipitado.
Quanto mais eu medito na Bíblia, especialmente nos escritos do Novo Testamento, mais a palavra de Deus me convence de que as boas obras devem ser praticadas. E muito praticadas. Estou falando de caridade mesmo: ajudar os órfãos, as viúvas, os pobres...
São inúmeros os textos bíblicos que nos incentivam para a prática das boas obras!
Essa é uma verdade tão clara nas escrituras, mas tão raramente exercida no meio evangélico, que sou obrigado a concluir que a ênfase na salvação pela fé tornou-se, para muitos crentes, uma desculpa para não se praticar boas obras.
De maneira geral, os evangélicos não se preocupam em ajudar a quem precisa. E mesmo quando existe alguma iniciativa dessa natureza, são poucos os membros da igreja que se envolvem. Como pastor, eu estou falando daquilo que eu sei. Meu maior desafio tem sido fazer com que os irmãos da nossa congregação tenham mais compaixão pelo próximo, envolvendo-se nas iniciativas sociais que nossa igreja promove. Ou simplesmente ajudando a quem está do seu lado! Mas, como é difícil...
E talvez seja difícil porque sabemos que a salvação vem por meio da fé. Sendo assim, creio que muitos não praticam a caridade porque imaginam ser algo desnecessário. “Ora, já estou salvo, pra que me desgastar com boas obras?” Porém, não há maior engano do que esse!
Ninguém é salvo pelas obras – é verdade – mas se alguém não pratica boas obras, provavelmente é porque nunca foi salvo. Repito: nunca foi salvo! Quantos crentes egoístas, que pensam estar salvos, terão uma terrível surpresa ao ouvirem do Senhor naquele grande Dia: “Apartai-vos de mim, nunca vos conheci.”
Boas obras não salvam, mas é a marca de um salvo. Não estou com isso dizendo que qualquer pessoa que pratique boas obras é salva, mas que todo salvo, sem dúvida, praticará boas obras. E as praticará por amor, sem nenhum interesse, ou segundas intenções.
Digo isso porque há pessoas que praticam boas obras com a intenção de aparecer. Outras, por interesse espiritual, de pagar o seu “karma”, ou de ter uma melhor encarnação. Tais pessoas, obviamente, não estão dando um fruto, mas forçando uma situação.
Quem imagina estar comprando a salvação com obras ainda não compreendeu o evangelho de Cristo. Ele comprou nossa salvação com seu sangue, sofrendo o castigo que nos dá a paz. Do alto daquela cruz ele declarou “Está consumado!” O preço já foi pago e o escrito de dívida que havia contra nós foi riscado. Por pura graça e amor. E, para sermos salvos, somente precisamos crer na eficácia da obra de Jesus Cristo a nosso favor. A salvação é pela fé.
Mas a palavra de Deus nos ensina que a fé de um salvo resulta na prática de boas obras. Não somos salvos por elas, mas devemos andar nelas, ou seja, praticá-las.
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie. Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.” (Efésios 2:8-10 RC)
Isso é revelador! Fomos criados em Cristo Jesus com esse objetivo: “para as boas obras!” A prática de boas obras é o fruto que viceja naturalmente na vida de alguém convertido a Cristo. Apesar de ser nossa obrigação ajudar o próximo, não é necessário ninguém mandar um cristão ser caridoso. Alguém verdadeiramente convertido a Cristo tem prazer em ajudar porque seu coração está cheio de amor e compaixão.
É também revelador o fato de que no encontro do apóstolo Paulo com os apóstolos Pedro e João, o único conselho que esses deram a ele foi: “não se esqueça dos pobres” (Gálatas 2:10). Recomendação que o próprio Paulo declara ter seguido diligentemente. Em sua epístola a Tito, por exemplo, encontramos várias recomendações nesse sentido, dentre as quais destaco as seguintes:
“[Jesus Cristo] se deu a si mesmo por nós, para nos remir de toda iniqüidade e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.” (Tito 2:14 RC)
“Fiel é a palavra, e isto quero que deveras afirmes, para que os que crêem em Deus procurem aplicar-se às boas obras; estas coisas são boas e proveitosas aos homens.” (Tito 3:8 RC)
Pergunto: temos nos aplicado às boas obras? Ou não cremos em Deus? Quem crê em Deus deve aplicar-se às boas obras.
Somos muito bons em falar de Deus e dizer que amamos nosso próximo, mas não podemos nos esquecer disso:
“Quem, pois, tiver bens do mundo e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar o seu coração, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.” (1 João 3:17-18 RC)
Temos realmente amado nosso próximo por obra e em verdade?
Como se vê, a prática das boas obras era uma prioridade na igreja apostólica. Uma prioridade. Eu poderia deixar dezenas de referências aqui, mas não o farei. Leia sua Bíblia! Ou melhor, medite nela. Especialmente nos escritos do Novo Testamento. Coloque à prova tudo que eu afirmo aqui. Sua salvação pode depender disso.
Se essa palavra lhe incomodou, provavelmente você é mais um daqueles crentes egoístas, que se gabam de saber muito das escrituras, mas que não pratica o amor de Deus. Simplesmente porque você não o tem. Mas pode ter. Ouça a voz do Senhor Jesus em seu coração:
“Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros.” (João 13:34-35 RA)
Eis a chave para termos um amor espontâneo por nosso próximo: “assim como eu vos amei”. Somente quando meditamos no imenso amor de Jesus, que morreu por nós, sendo nós ainda pecadores, é que podemos amar nosso irmão. Medite mais no amor de Deus.
“Nós amamos porque ele nos amou primeiro.” (1 João 4:19 RA)
O exemplo do Senhor Jesus fez com que a prática do amor fosse uma prioridade na vida de seus discípulos. Uma prioridade que foi esquecida. Deveria ter sido resgatada no século 16, mas continuou esquecida...
Mas já é tempo de se resgatar esta verdade das escrituras. O sexto “sola”, que os reformadores não se deram conta, mas que é tão importante quanto os outros. A verdade bíblica de que “só o amor é a característica do verdadeiro cristão, a real evidência da salvação.”
Só o amor.
Por Alan Capriles
Comentários
Tem muito "blá, blá, blá" no meio evangélico. Precisamos falar menos e agir mais.
Deus lhe abençoe, amiga!
A paz do Senhor, muito esclarecedor este post, veio com toda clareza que qualquer leigo consegue entender.
Outro dia vi dois irmãos em Cristos, que na verdade parecia primos, (risos) discutindo sobre a salvação.
Um afirmava que a salvação era de graça externando o conformismo egosíta e antropocentrica.
O outro afirmava que se não praticar boas obras não teria como se salvar.
Ao me interar do que estava acontecendo soube que os dois estava desviado, (risos), só Jesus na causa.
Parabéns pelo post, muitos seram abençoados com a liça.
em Cristo.
Parabéns pela postagem, e pelo titulo: "o sexto sola", muito oportuno, por sinal, já que as cinco solas se referem aos predestinados a salvação; o sexto sola e a salvação dos justificados, os criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.
Mas, existe um texto muito claro a este respeito, da fé e as obras com relação a salvação de alguém, creio ser este o mais completo, 2Pe-1:1-11.O apóstolo Pedro diz, que, quem assim proceder, não terá nenhuma dificuldade de adentrar aos portais eternos; mas, quem não pratica, é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados.
se é que o amado concorda!
Deus te abençoe...
Agradeço pelo comentário. A história dos desviados discutindo a salvação é ótima!!! Qualquer um dos dois extremos leva a isso mesmo, um distanciamento do Senhor.
Espero sempre contar com seus comentários para enriquecer nossos artigos.
Deus lhe abençoe cada dia mais!!!
Concordo plenamente! Muito bem lembrado. Acabo de ler o texto que o amado sugeriu, de 2Pe 1:1-11, e chamou-me a atenção o versículo 8, que lembra da necessidade de não sermos inativos e infrutuosos.
Agradeço por enriquecer o artigo com seu excelente comentário.
Um forte abraço,na paz do Senhor Jesus!
Também lhe desejo um 2011 cheio da graça, conhecimento e paz de nosso Senhor Jesus Cristo.
Foi uma bênção conhecê-lo em 2010. Espero que em 2011 nossos laços de amizade se estreitem ainda mais. Obrigado por tudo.
Um forte abraço!
Não tenho palavras para agradecer por seu apoio e atenção por todo esse ano que se finda. Também lhe desejo um 2011 ricamente abençoado, nAquele que é a nossa vida, nosso amado Jesus.
Aproveito para agradecer aos demais amigos, leitores desse humilde blog.
Deus abençoe a todos vocês, cada dia mais!!!