19 fevereiro 2013

O TESTE FINAL PARA AS PROFECIAS DOS PAPAS


Por Alan Capriles

Não costumo escrever sobre isso, para não ser mal interpretado, mas um de meus passatempos prediletos é o estudo das profecias. Refiro-me não somente a profecias encontradas na Bíblia, mas a qualquer profecia que pareça confirmar a escatologia bíblica, ainda que esteja num livro apócrifo. Como, por exemplo, uma profecia que se encontra no livro da Ascensão de Isaías, a respeito da qual escrevi anteriormente.

Mas foi a recente renúncia do papa Bento XVI que me trouxe à memória uma suposta profecia da qual tomei conhecimento há alguns anos. Trata-se do texto que ficou conhecido como a profecia de São Malaquias, um bispo irlandês que viveu no século XII e que no ano de 1139, em visita a Roma, teria tido uma revelação divina acerca de todos os futuros papas que haveria na igreja católica [1].

O que torna essa suposta profecia interessante é sua correlação com, no mínimo, duas outras profecias, uma das quais se encontra no livro das Revelações, mais conhecido como Apocalipse. Neste artigo analisarei cada uma delas e você descobrirá porque nosso atual momento histórico é o teste final para o que chamei de “as profecias dos papas”.

A PROFECIA DE SÃO MALAQUIAS

A lista de São Malaquias [2] consta de 111 frases curtas, escritas em latim, chamadas de divisas ou lemas, e que corresponderiam a todos os futuros papas, desde Celestino II, que subiu ao trono papal em 1143, até o papa de número 111, que foi o papa Bento XVI. Relacionei a seguir, e a título de curiosidade, os três primeiros e últimos lemas desta longa lista, com sua tradução do latim para o português, bem como a data e o nome de cada papa correspondente:

1 - Ex Castro Tiberis - Do Castelo do Tibre - Papa Celestino II (1143-1144) - Guido di Castello

2 - Inimicus Expulsus - Inimigos Expulsos - Papa Lúcio II (1144-1145) - Gherardo Caccianemici dell'Orso

3 - De Magnitudine Montis - Procedente de Montemagno - Beato Eugênio III, O.Cist. (1145-1153) - Bernardo Pignatelli
...

109 - De Medietate Lunae - Da Metade da Lua - Papa João Paulo I (1978) - Albino Luciani

110 - De Labore Solis - Do Trabalho do Sol - Beato João Paulo II (1978-2005) - Karol Jozef Wojtyla

111 - De Gloria Olivae - Da Glória da Oliveira - Papa Bento XVI (2005-2013) Joseph Alois Ratzinger

Com o passar dos anos a profecia de São Malaquias foi ganhando crédito, pois cada lema parece mesmo ter alguma coisa a ver com cada papa correspondente. João Paulo II, por exemplo, que foi o papa de número 110, teve por lema a frase “Do trabalho do sol”. Intérpretes dizem que nenhum outro papa deu tantas voltas ao mundo como ele, lembrando o trabalho do sol, além do fato de que tanto seu nascimento quanto seu sepultamento tenha ocorrido durante um eclipse solar. É inegável também o fato de que o brilho pessoal de João Paulo II obscureceu a lembrança de qualquer outro papa do século passado.

Mas a lista de São Malaquias não termina com o lema de número 111, mas é acrescida de uma sinistra conclusão. Apesar de não ser numerada, a conclusão parece indicar um possível 112º papa, o qual seria o último da história da igreja católica. Mas este não é descrito por um lema e sim por uma frase que considero, no mínimo, intrigante:

"Na última perseguição à sagrada Igreja Romana reinará Pedro o Romano, que alimentará as suas ovelhas com muitas tribulações; passadas as quais a cidade das sete colinas será destruída e o juiz terrível julgará o seu povo. Fim."

A frase parece descrever um período de grande tribulação, na qual a cidade de Roma seria destruída (atentado nuclear terrorista?) e, segundo alguns, chegaria o temido dia do juízo final. Mas quem seria esse “Pedro o Romano”? E porque ele não está enumerado com os demais papas?

Há uma especulação de que possivelmente “Pedro o Romano” não seja um papa, razão pela qual não estaria enumerado. Neste caso, poderia ser o Cardeal Camerlengo que é quem tradicionalmente assume o pontificado no período de transição entre um papa e outro. Nesse caso, já sabemos que o atual camerlengo é o cardeal Tarcisio Bertone e que ele assumirá o cargo em 01 de Março de 2013. Aparentemente não há nada que o ligue a essa profecia. No entanto, uma simples investigação na Wikipédia nos revelará que seu nome completo e o nome da cidade onde nasceu parecem fazer ligação com o profetizado “Pedro o Romano” [3]:

   Seu nome completo: Tarcisio PIETRO Evasio Bertone (Confira aqui)
   Sua cidade natal: ROMANO Canavese (Confira aqui)

Note que Pietro é Pedro em italiano. No entanto, outros – e parece ser a maioria – arriscam que “Pedro Romano” será mesmo um papa. Segundo essa interpretação, ele será natural de Roma e escolherá “Pedro” como seu nome papal. Mas isso é pouco provável, pois até hoje nenhum papa teve a ousadia de usar o nome de Pedro que, segundo a igreja católica, teria sido o primeiro papa. Se o fizesse, teríamos um Pedro II assumindo o pontificado.

Mas o fato é que Bento XVI renunciou e, finalmente, as profecias dos papas serão testadas. Eu disse “as profecias” porque, na verdade, existem outras. O interessante (e é por ser interessante que escrevo este artigo) é que estas supostas profecias se relacionam, tornando este momento particularmente eletrizante para quem se interessa pelo assunto. Vejamos a próxima.

A PROFECIA DO MONGE DE PÁDUA

Quando as profecias de São Malaquias foram descobertas nos arquivos do Vaticano, em 1590, vieram acrescidas de comentários também proféticos, assinados por um homem que se intitulava Monge de Pádua. Esses comentários também vêm se confirmando com grande precisão, sendo relativos aos vinte últimos nomes da lista de São Malaquias. Relaciono abaixo as últimas seis frases, com os papas correspondentes e o possível cumprimento de cada profecia:

“Homem de grande humanidade que fala francês”
João XXIII (Papa de 1958 a 1963)
Falava francês e foi núncio apostólico em Paris antes de se tornar patriarca de Veneza. Iniciou seu pontificado visitando prisioneiros em Roma e os pobres nos hospitais, mostrando seu valor humanitário.

“A sombra do AntiCristo começará a obscurecer a Cidade Eterna”
Paulo VI (1963-1978)
No dia 7 de dezembro de 1968, este papa declarou em um discurso que “a fumaça de Satanás” tinha penetrado na Igreja por alguma fenda.

“O pastor da laguna; seu reinado será tão rápido como a passagem de uma estrela cadente.”
João Paulo I (1978)
De fato, João Paulo I faleceu 33 dias após sua eleição.

“Virá de longe e manchará a pedra com seu sangue”
João Paulo II (1978 a 2005)
O Papa João Paulo II foi oriundo da Polônia (virá de longe) ao contrário da maioria dos papas, que foram italianos. O atentado sofrido em 1981 manchou de sangue a Praça de São Pedro.

“Semeador de paz e de esperança em um mundo que vive suas últimas esperanças”
Bento XVI (2005-2013)
A renúncia de Bento XVI, segundo ele mesmo, foi para o bem da igreja, postura que é vista por muitos como a de um pacificador.

"Ele chegará a Roma de uma terra distante para encontrar tribulação e morte"
O próximo Papa. (2013 - ?)

Segundo o misterioso Monge de Pádua, o futuro papa não será italiano. Se ambas as profecias estiverem certas, se fortalece a interpretação de que “Pedro o Romano” não seria o papa, mas o cardeal camerlengo que governará durante o período de transição, conforme analisamos anteriormente.

Mas, como eu disse no início desse artigo, somente profecias que pareçam ter alguma base bíblica merecem minha atenção e estudo. De fato, esse é caso com as profecias dos papas que, segundo muitos intérpretes, relaciona-se com o capítulo 17 do livro de Apocalipse.

A PROFECIA DE APOCALIPSE 17

O capítulo 17 do livro do Apocalipse é dedicado a revelar o julgamento da “grande meretriz”, que seria uma organização (Política? Religiosa?) de alcance mundial, mas abominável aos olhos de Deus. O anjo revela uma possível localização geográfica para essa organização, a qual seria uma cidade (17:18) e estaria situada entre sete montes (v.9). Outras características também são deixadas para que possamos identificar o que seria essa “grande meretriz”. Ela seria riquíssima (v.4), teria tido relações ilícitas com os governantes da terra (v.2) e se embriagado “com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus” (v.6). Para irmos direto ao assunto, muitos teólogos deduzem que essas características apontam para a Igreja Católica, a qual tem por sede o Vaticano, uma cidade-estado erigida em Roma, que é conhecida como a cidade das sete colinas. De fato, a igreja católica tornou-se riquíssima por meio de acordos políticos, através dos quais conseguiu domínios em toda a terra. Também é notório que muito antes da chamada “santa inquisição” a igreja católica patrocinava a perseguição e morte de qualquer um que discordasse de seus termos, inclusive assassinava crentes fiéis a Jesus. Mas, o que isso tem a ver com as profecias dos papas?

Nesse mesmo capítulo 17 do Apocalipse nos é revelado a respeito de sete reis, “dos quais cinco caíram, um existe, e o outro ainda não chegou; e, quando chegar, tem de durar pouco.” (v.10) Pois bem, estes sete reis seriam os sete últimos papas. E por que somente sete papas seriam mencionados no apocalipse, se a igreja católica teve mais de duzentos papas em sua história? A explicação é simples: somente em 1929, com o Tratado de Latrão, a igreja católica se tornou um estado e o papa, consequentemente, um chefe de estado – ou seja, na linguagem de dois mil anos atrás, um “rei”.

Se contarmos os “reis” da igreja católica, teremos a seguinte relação e contagem dos papas:

  1º) Papa Pio XI (1922 -1939)
  2º) Papa Pio XII (1939-1958)
  3º) Papa João XXIII (1958-1963)
  4º) Papa Paulo VI (1963-1978)
  5º) Papa João Paulo I (1978)
  6º) Papa João Paulo II (1978-2005)
  7º) Papa Bento XVI (2005-2013)

No entanto, assim como ocorre com a profecia de São Malaquias, o capítulo 17 do Apocalipse nos fala de mais alguém que governará, um personagem sinistro que está fora dessa lista e que viria após o sétimo “rei”:

“E a besta, que era e não é, também é ele o oitavo rei, e procede dos sete, e caminha para a destruição.” (v.11)

Não pretendo aqui explicar o termo “besta”, uma vez que não é o objetivo desse artigo. O máximo que posso dizer é que muitos teólogos o identificam com o “anticristo”, uma figura maligna e mundialmente influente que surgiria no final dos tempos para perseguir a igreja e enganar o mundo [4].

Mas, voltando à nossa análise, note que há semelhanças entre esse oitavo rei do apocalipse e o vigésimo papa da lista do Monge de Pádua, que é também o 112º da lista de São Malaquias . Além de todos darem fim a cada listagem, o período de governo desse possível papa será de tribulação e terminará com a destruição da cidade entre as sete colinas. Segundo o Apocalipse, a cidade será consumida no fogo em um só dia (18:8), sua fumaceira será vista de longe (18:9) e todos terão que manter distância, por medo de seu tormento (18:10). Esse quadro lembra uma explosão nuclear, cujos efeitos da radiação obrigam as pessoas a manter distância do local atingido.

Em suma, as profecias que analisamos indicam que o sucessor do papa Bento XVI será o último líder da igreja católica apostólica romana. Não apenas isso, mas ele testemunharia a destruição do Vaticano e, possivelmente, de toda a cidade de Roma.

Contudo, não há motivo para pânico. O mais provável é que tais acontecimentos nunca venham ocorrer. A história demonstra que praticamente todos os intérpretes de profecias têm duas coisas em comum: primeiro, cada um deles tem a certeza absoluta de que está certo; e, segundo, o tempo comprova que todos estavam errados. O fato é que chegou o momento do teste final para as profecias dos papas e somente o tempo irá dizer se os seus intérpretes estavam certos ou não.

O que temos a fazer é prosseguir com nossas vidas, amando, vigiando e orando cada dia mais. Não por medo de um possível anticristo, ou de uma terceira guerra mundial, mas porque amar a Deus e ao próximo é o ensinamento de Cristo para qualquer discípulo, em qualquer tempo e em todo lugar.

Alan Capriles

[1] Um documentário do History Channel que explica a profecia de São Malaquias você encontra aqui.
[2] A lista completa dos papas profetizados por São Malaquias você encontra aqui.
[3] Sobre Tarciso Bertone você encontra informações aqui e aqui.
[4] Alguns crêem que o Papa João Paulo II ressuscitará e que ele é o anticristo(!). Assista o vídeo aqui

18 fevereiro 2013

EXPERIÊNCIAS COM DEUS

Qual a importância de nossas experiências pessoais com Deus?




Há momentos em nossa caminhada onde somente a certeza plena de que Jesus é o Cristo poderá sustentar nossa fé. Tal certeza não se dá por meio da teologia ou do testemunho de outros irmãos, mas de nossas próprias experiências pessoais com Deus.

Assim ocorreu com Paulo, o apóstolo. Não foi seu conhecimento teológico , ou o testemunho dos mártires cristãos que o converteram a Cristo, mas a sua própria experiência com Deus no caminho para Damasco.

Nessa mensagem, pregada do púlpito da Igreja Bíblica Cristã em 10 de Fevereiro de 2013, abro meu coração e revelo algumas de minhas experiências pessoais com Deus e de como elas foram cruciais para que eu não desistisse do meu chamado pastoral.

Após ouvir essa mensagem sinta-se a vontade não somente para comentá-la, mas principalmente para compartilhar conosco as suas próprias experiências pessoais com Deus.

Alan Capriles

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16 fevereiro 2013

A MAIS NOVA (PER)VERSÃO DA BÍBLIA

Por Alan Capriles

Enquanto me esforço no estudo do grego, a fim de melhor compreender os textos do Novo Testamento, sou informado da mais recente versão da Bíblia, se é que podemos chamar isso de versão. Apesar de ser ainda uma proposta digital e independente, não duvido que em breve algum editor ganancioso e sem escrúpulos comprará os direitos para publicação. Confira um trecho que, a meu ver, mais parece uma piada de mau gosto:

Chegando um playboyzinho perto de Jesus, puxava saco dele: "Bom mestreeeeeeeeee... o que eu preciso fazer pra descolar essa tal vida eterna, heim?". E Ele respondeu: "Pode parar com a adulação. Bom é o pai, eu sou bonzinho. Mas tipo, se quer curtir a balada da vida eterna, obedece os mandamentos". E o playboy retrucou: "Que mandamentos?". Jesus continou a bordoada: "Não mate, não roube, não minta, não pegue a mulher de ninguém, respeite seus pais e ame as outras pessoas como se elas fossem você mesmo". O playboy então respondeu: "Qualé Jesus... eu sempre fiz isso aí tudo. Se tem um cara bom nessas paradas, sou eu. Que mais eu preciso fazer?". E Jesus soltou o hadouken final: "Se você quer ser 'o cara', então vende tudo o que tem e dá pra quem não tem nada. Faz a diversão dos pobres, mano! Aí vem viver comigo, nessa nossa vida loka". Então o cara abaixou a cabeça e saiu de fininho, por que era rico pra caramba e sentiu pena de se livrar dos carros, videogames, da empresa e do apartamento no Guarujá.
Jesus continou esculhambando: "É mais fácil ganhar uma briga do Chuck Norris, do que entrar gente rica no céu". Os discípulos já ficaram alvoroçados com essa conversa: "Vixi! Então quem vai conseguir ser salvo? Tamo perdido!". E Jesus ensinava: "Salvar-se é realmente impossível. Mas relaxem, por que Deus pode fazer qualquer coisa".
Pedro fez questão de perguntar qual o futuro deles mesmos, só pra prevenir. E Jesus explicou: "Vocês que largaram tudo pra serem meus seguidores, vou garantir umas cadeiras estilosas no céu, pra julgarem as doze tribos de Israel. Quem deixou as coisas materiais ou a família por minha causa, vai receber cem vezes mais no céu (menos sogra, claro), além da vida eterna."
A princípio, quando me deparei com a perversão acima, eu havia decido não comentar sobre o assunto. Mas depois, refletindo melhor a respeito, considerei ser uma boa oportunidade para escrever o que penso sobre as diversas versões (e perversões) da Bíblia. Para ser franco e objetivo, minha opinião é que até o presente momento ainda não temos uma versão que seja, ao mesmo tempo, verdadeiramente fiel aos melhores manuscritos e de fácil leitura para o povo brasileiro.

Penso que, para ser fiel ao que o autor bíblico pretendia dizer (e considero isso importantíssimo), não precisamos necessariamente usar palavras estranhas ao nosso vocabulário. E, por outro lado, para que todos compreendam os textos, não precisamos alterar frases. Existem alternativas, mas elas parecem não ser levadas em conta pelos atuais tradutores, que vão de um extremo a outro.

Percebo também que parte desse problema está numa quase idolatria dos evangélicos pela versão de João Ferreira de Almeida, como se fosse ele mesmo quem tivesse escrito os textos originais da Bíblia. Já está comprovado que essa versão contém erros de tradução e que não foi baseada nos melhores manuscritos em hebraico e grego. Mas muitos evangélicos insistem teimosamente nessa versão. Aliás, a Sociedade Bíblica Brasileira já está preparando mais uma repetição do mesmo tema, que será uma atualização da versão Almeida Revista e Atualizada. Como será que irão chamá-la depois de pronta? Talvez seja "Almeida Revista e Reatualizada".

Brincadeiras a parte, o fato é que não temos uma versão em português que seja realmente fiel aos melhores manuscritos das Escrituras e adequada para o povo brasileiro. Sendo assim, aconselho que cada um, assim como eu, se esforce em estudar o grego. Ao menos as principais passagens. Não que isso seja necessário para a sua salvação, mas certamente irá lhe salvar de versões pervertidas que não sejam tão evidentes como a que publiquei nesse artigo.

Alan Capriles