26 janeiro 2012

AMIZADE - O MELHOR DA BLOGOSFERA

Compartilho algumas fotos da visita que fiz ao meu amigo René e sua família. Dessa vez, além de minha esposa, pude levar também meus filhos e uma amiga deles, aproveitando suas férias escolares. Como se pode constatar, o René mora num local paradisíaco, às margens de uma cachoeira. Mas não foi para deixar os leitores com água na boca que decidi compartilhar esse momento de lazer.

Pra quem não sabe, o René e eu nos conhecemos através de nossos blogs, trocando comentários acerca de nossos artigos, que versam sobre assuntos parecidos. Apesar de nem sempre concordarmos em tudo, temos algo em comum que é muito importante: o entendimento de que nossas divergências não nos torna inimigos, mas estimulam nossa reflexão. E é por essa razão que divulgo as imagens desse dia inesquecível, a fim de que sirva de exemplo para outros blogueiros.

Assim como descobri no René um grande amigo, penso que muitos blogueiros fariam ótimas amizades se tratassem uns aos outros com mais amor. Aliás, não foi isso que nos ensinou Jesus, a quem dizemos seguir?

Alimento a esperança de que algum dia haja um pouco mais de tolerância e cordialidade na blogosfera. Sei que há pessoas difíceis de se lidar, mas isso não é justificativa para se tratar com desprezo ou arrogância os que discordam de algo em nossas postagens. O problema é que muitos esquecem que os textos e comentários postados na internet são escritos por pessoas reais. Pessoas com sentimentos, com histórias diferentes, com diferentes níveis de crescimento espiritual, e com todo o direito de não pensar como eu, ou como você.

Portanto, a maneira cordial como gostamos de ser tratados é a maneira como devemos tratar as pessoas que comentam em nossos blogs. Porque são pessoas. Porque são reais. E porque não há nada melhor na blogosfera do que fazer uma verdadeira amizade.

05 janeiro 2012

A ENORME RESPONSABILIDADE DO PREGADOR


Por Alan Capriles

A chamada Parábola do Semeador é uma das mais conhecidas ilustrações contadas por Jesus. Sua importância se torna evidente não somente pelo fato de constar em todos os evangelhos sinópticos, mas também por ser uma das poucas parábolas explicadas pelo próprio Senhor. Mas, a despeito de sua clareza, percebo que um ponto crucial  tem passado despercebido no entendimento correto da explicação dada pelo Senhor. Trata-se da responsabilidade do pregador, ou seja, daquele que semeia a palavra.

A Parábola do Semeador é quase sempre interpretada com o foco nos diversos tipos de solos e não na pessoa do semeador. Aliás, alguns teólogos até preferem chamá-la de Parábola dos Solos. Segundo esses intérpretes, a culpa da semente não dar fruto seria exclusivamente do solo na qual ela caiu, ou seja, do coração na qual a palavra foi semeada. Nenhuma culpa teria o pregador se a palavra não vier a dar frutos, pois a responsabilidade seria somente dos ouvintes.

Pois bem, discordo dessa interpretação. Mas, antes de explicar minhas razões, preciso reconhecer que durante anos também pensei como a maioria, tirando qualquer culpa do pregador quanto ao resultado de sua mensagem. O que me fez despertar para o correto entendimento dessa parábola foi uma palavra-chave, que consta da explicação dada pelo Senhor segundo o evangelho de Mateus.

A palavra-chave é o verbo “compreender” que aparece no início e no final da explicação dada por Jesus. Segue o texto, com essa palavra em destaque:
Mateus 13:18-23
18   Atendei vós, pois, à parábola do semeador.
19   A todos os que ouvem a palavra do reino e não a compreendem, vem o maligno e arrebata o que lhes foi semeado no coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho.
20   O que foi semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria;
21   mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza.
22   O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera.
23   Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende; este frutifica e produz a cem, a sessenta e a trinta por um. 
Perceba que a explicação começa se referindo àqueles que não compreendem a palavra e termina com os que a compreendem. Desta forma, podemos concluir que entre um e outro estão aqueles que “compreenderam mal” a boa nova do reino.

A fim de que isso fique bem esclarecido, analisarei a seguir cada trecho da explicação que o Senhor deu acerca desta parábola, comentando [entre colchetes] cada tipo de solo onde o semeador lançou a semente. Lembre-se que o foco dessa parábola é o semeador, ou seja, aquele que semeia a palavra. Prova disso é que o próprio Jesus, ao iniciar sua explicação, chamou-a de Parábola do Semeador (v. 18) e não de parábola dos solos, como alguns querem chamá-la:
19   A todos os que ouvem a palavra do reino e não a compreendem, vem o maligno e arrebata o que lhes foi semeado no coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho.
[Não a compreendem por quê? Provavelmente porque o semeador (pregador) não se deu ao trabalho de explicar a palavra. De fato, é cada vez menor o número de pregadores que exponham com fidelidade a palavra de Deus. Muitos apenas leem alguns versículos das Escrituras, que muitas vezes é um trecho do Antigo Testamento, para em seguida falar algo que nem sequer aponta para Cristo e seus ensinamentos. Ora, se nem o pregador sabe o que é o evangelho, como esperar que seus ouvintes o compreendam?]
20   O que foi semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria;
21   mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza.
[Por que esse ouvinte recebeu prontamente a palavra e também com alegria? Certamente porque ele a compreendeu mal. E a culpa, uma vez mais, recai sobre o pregador, o qual não alertou acerca das renúncias e das provações que necessitam passar todos que se convertem a Cristo. A fim de conseguir um número maior de decisões, esse tipo de evangelista encobre o fato de que seguir a Jesus implica em se carregar uma cruz. Por essa mesma razão é que esse ouvinte recebeu logo a palavra, porque o pregador lhe pressionou a tomar uma decisão emocional e não a considerar os custos de seguir a Cristo. São apelos assim, superficiais, que são realizados por pregadores imediatistas, os quais estão mais preocupados com números do que com a genuína conversão de vidas. Mas o próprio Jesus sempre testava a decisão dos que queriam segui-lo. Sendo assim, devemos desconfiar da veracidade da conversão daqueles que alegremente recebem a Cristo, sem lágrima nos olhos, como se o Caminho da verdade fosse um passeio no parque.]
22   O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera.
[Como isso foi acontecer? Ou melhor, por que esse ouvinte continuou entretido com o mundo e fascinado com as riquezas, mesmo se dizendo cristão? Sem dúvida, porque o pregador não lhe explicou que seguir a Cristo significa renunciar a si mesmo. Antes, pelo contrário, prometeu-lhe uma vida de prosperidade, como se fosse possível amar a Deus e continuar amando ao dinheiro, ou ser amigo de Deus e do mundo ao mesmo tempo. São pregadores que misturam a verdade com a mentira, criando expectativas mundanas em seus ouvintes. Atualmente existem igrejas cheias de pseudo-cristãos, os quais buscam a Deus por interesse, motivadas pelo "ter" e não pelo "ser", gente que nunca chega a se converter completamente. Mas estão lá, dizendo ser da igreja. Aliás, prega-se prosperidade com esse fim: o de encher a igreja, ainda que seja de bodes e não de ovelhas.]
23   Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende; este frutifica e produz a cem, a sessenta e a trinta por um.
[Por que esse ouvinte frutificou? Porque compreendeu a palavra. E por que ele a compreendeu? Ora, porque o pregador demonstrou verdadeiro amor por ele, tendo a paciência de lhe explicar bem a palavra do reino, que é o evangelho da salvação. Salvação, não apenas do inferno pós-morte, mas de sermos um diabo nesta vida. E reino, não apenas como evento futuro, pós-apocalíptico, mas como um estado presente de ser uma nova criatura em Cristo, o que significa (e implica) viver sob o seu reinado, dando frutos de santidade e de boas obras, em amor e para a glória de Deus.]
Como se percebe, Jesus não se equivocou ao dar o título de Parábola do Semeador para o seu ensinamento. A semente é boa - aliás, excelente - o problema está, antes de tudo, no despreparo de quem a semeia.

Alan Capriles

04 janeiro 2012

O QUE É NOSSO? O QUE É DOS OUTROS?


"Porque nada trouxemos para este mundo
e nada podemos daqui levar." (1Tm 6:7)

Certo dia uma moça estava à espera de seu vôo, na sala de embarque de um aeroporto. Como ela deveria esperar por mais de uma hora, resolveu comprar um livro para matar o tempo.

Também comprou um pacote de biscoitos.

Sentou-se numa poltrona na sala Vip do aeroporto, para que pudesse descansar e ler em paz. Ao seu lado sentou-se um homem. Entre os dois, um pacote de biscoitos. Mesmo distraída com a leitura, ela percebeu que quando pegou o primeiro biscoito, o homem também pegou um. Isso a deixou indignada, mas não disse uma palavra. Apenas pensou: "Mas que cara de pau... Se eu estivesse mais disposta, lhe daria um fora para que ele nunca mais esquecesse."

A cada biscoito que ela pegava o homem também pegava um.

Aquilo a deixou tão indignada que nem conseguia reagir.

Restava apenas um biscoito e ela pensou: "O que será que esse "abusado" vai fazer agora?"

Então o homem dividiu o biscoito ao meio, deixando a outra metade para ela.

Aquilo a deixou bufando de raiva.

Ela guardou seu livro, pegou suas coisas com violência e se dirigiu ao embarque, bastante zangada.

Quando sentou, confortavelmente, em sua poltrona no interior do avião, olhou dentro da bolsa e, para sua surpresa, o pacote de biscoito estava ainda intacto.

Ela sentiu enorme vergonha, pois quem estava errada era ela, e já não havia mais tempo para pedir desculpas.

O homem dividiu os seus biscoitos sem se sentir indignado, enquanto que ela tinha ficado muito transtornada, pensando estar dividindo os dela.

PENSE NISSO:

Quantas vezes, em nossa vida, nos aborrecemos por conta de nosso próprio egoísmo?

Será que não estamos comendo os "biscoitos" dos outros, e não temos a consciência disto?

DEIXAI-OS


Já cansei de participar de debates em comunidades, fóruns e mesmo blogs na internet, gastando minutos e até horas de meu precioso tempo para defender minha opinião. Não foram poucas as vezes que deixei de estar com familiares e amigos para debater com pessoas que, muito provavelmente, não dão a mínima para quem sou. Mas, como acabo de dizer: cansei.

E o meu cansaço não se deve apenas ao acúmulo de vezes em que debati pela internet. Estou cansado principalmente porque percebi o quanto é inútil discutir opiniões. Isso mesmo: inútil. Simplesmente não vale a pena qualquer tentativa de se tentar provar que está certo. Não vale a pena entrar em debates, discussões - é tempo perdido. Dentro de uma arena pública, como é qualquer espaço para comentários na internet, ninguém jamais assume estar errado. Eu, pelo menos, nunca vi alguém reconhecer seu equívoco dentro de um debate público. O orgulho não deixa. Mesmo quando uso textos e mais textos bíblicos, isso de nada adianta, porque me devolvem outro tanto de versículos a fim de se justificar qualquer heresia.

Agora mesmo, por exemplo, posso apoiar minha decisão com a passagem bíblica de Tito 3:8-10, que nos orienta usar nosso tempo com boas obras, que são “coisas excelentes e proveitosas a todos os homens”, e não com discussões e contendas, que “não tem utilidade e são fúteis”. Ou ainda, embasar meus argumentos com o conselho do Senhor aos discípulos, a respeito dos que lhe redargüiam: “Deixai-os; são cegos, guias de cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco.” Mas estou ciente de que, mesmo assim, valendo-me dos textos que o Espírito Santo usou para me dar essa direção, isso não é o bastante para calar os contradizentes. Fazer o que? Ora, “deixai-os”, foi o que o Senhor me ordenou fazer. E é o que estou fazendo.

Sendo assim, em obediência à direção do Pai, decido não participar mais desse tipo de coisa. Chega de me desgastar em debates. Não cairei mais nessa armadilha do ego, a de tentar provar que estou com a razão. Sei de pessoas que insistiram nessa tentativa frustrante e acabaram mal, algumas prejudicando a família, outras entrando em depressão. E a troco de que isso? De ser mais popular? De ter mais seguidores no blog? Mais “amigos” no facebook? Armadilhas do ego...

Foi por esse motivo que, num primeiro momento, retirei de meu blog o acesso aos comentários. Mas, em respeito à liberdade de expressão, voltei atrás. Decidi então por um caminho menos radical, que se resume em duas resoluções, que compartilho e explico a seguir:

1ª) Não permitirei mais comentários de anônimos, porque o anonimato serve apenas para acobertar os covardes e os mal educados, que só querem macular meu espaço;

2ª) Continuarei publicando todos os comentários identificados, mas não entrarei em debates nesse espaço. Se alguém desejar um debate mais sadio, aconselho que escreva para o meu e-mail.

Imagino como isso deve parecer antipático de minha parte, mas não é a impressão que desejo passar. Antes, tão somente espero que eu mesmo seja salvo de defender minhas opiniões, de não ser cegado pelo orgulho, exercitando assim a própria mansidão e humildade que almejo um dia alcançar, no mais absoluto respeito à sua própria liberdade de expressão.

Portanto, querido seguidor deste blog, conto com sua compreensão, orações e, é claro, com a continuidade de seus comentários, que serão sempre bem-vindos. E, de minha parte, vocês podem contar com mais textos, pois agora me sinto novamente leve e mais livre para escrevê-los, com a permissão e ajuda de Deus.

No amor de Cristo,
Alan Capriles