24 setembro 2011

O INFRUTÍFERO DEBATE SOBRE A PREDESTINAÇÃO


Por Alan Capriles

Predestinação é um conceito teológico segundo o qual todas as pessoas já teriam sido predestinadas pelo próprio Deus a serem salvas ou perdidas. Sei que estou resumindo bastante a questão, mas, basicamente, é isso: Deus já teria decidido o destino eterno da sua alma, antes mesmo do seu nascimento e, portanto, independente da sua vontade. Esse conceito é bastante conhecido no meio evangélico-protestante, onde os defensores da predestinação são chamados de calvinistas e seus oponentes, defensores do livre arbítrio, são chamados de arminianos. Entre um extremo e outro, há subcategorias - e também um debate sem fim...

Ora, não tenho pretensão alguma de colocar um ponto final nessa discussão, a qual já se arrasta por séculos. No entanto, é possível que minha reflexão possa ajudar alguns leitores a perceber o quanto é inútil este debate, incentivando-lhes a não perder mais tempo com algo tão infrutífero. Sincera e utopicamente, espero que calvinistas e arminianos esqueçam suas diferenças e passem a viver unidos na mesma fé. Para tanto, basta que percebam como suas posições convergem para uma mesma conclusão prática, como veremos nas duas questões a seguir:
Se as pessoas já nascem predestinadas (cabendo somente a Deus saber a quem Ele mesmo predestinou) o que resta a um calvinista fazer, senão evangelizar a todos quanto puder? Do contrário, ele mesmo não seria um eleito, um predestinado, mas sim um filho da desobediência,  alguém sem amor, que não compartilha da graça de Deus que diz haver recebido.
E se, por outro lado, as pessoas não nascem predestinadas (cabendo a cada um escolher seu destino eterno) o que resta a um arminiano fazer, senão também evangelizar a todos quanto puder? Do contrário, ninguém mais seria salvo, e nem ele mesmo, condenado por sua própria falta de amor ao próximo.
Como se vê, tanto o calvinismo quanto o arminianismo convergem para a urgência da evangelização. Portanto, ao invés de se desperdiçar tempo e energia em debates infrutíferos, calvinistas e arminianos deveriam estar unidos no propósito de semear a maravilhosa graça de Deus que há em Jesus.

Não sei quanto a você, mas eu já estou cheio dessas discussões vergonhosas, carregadas de orgulho - nas quais ninguém se move um milímetro da sua trincheira teológica - e que nos distanciam cada vez mais do amor, que é a vontade de Deus em Cristo Jesus. Porque a verdade, a grande verdade, é que nem o calvinismo e nem o arminianismo têm valor algum para nossa salvação, mas sim a fé que atua pelo amor. E nisso sim é que deveríamos nos concentrar.

Alan Capriles

21 setembro 2011

O ENTARDECER NO MONTE DAS OLIVEIRAS



Gravei este vídeo para compartilhar um pouco daquilo que recebo de Deus quando medito nesse maravilhoso lugar. Lamento, mas não se trata do Monte das Oliveiras localizado em Jerusalém - este fica em São Gonçalo, município do Rio de Janeiro. Recebeu este nome por haver se tornado um local destinado à oração e meditação, tal como o famoso monte da Terra Santa, que era frequentado pelo Senhor Jesus para o mesmo propósito: estar a sós com o Pai.

Observação: O close, aos1:52 minutos, é da rua onde moro.

10 setembro 2011

A ADMIRÁVEL FÉ DOS ATEUS


Por Alan Capriles

Tenho alguns amigos que se dizem ateus e pelos quais tenho grande admiração. São pessoas de bem, extremamente sinceras, honestas, trabalhadoras e nas quais percebo que há uma fé bastante incomum. Isso mesmo: fé! Sei que dizer isso de um ateu parece algo incoerente, mas gostaria que você considerasse os meus argumentos:

É preciso ter muita fé para crer que o tudo veio do nada 
Se eu lhe mostrasse a um relógio e dissesse que ninguém o fabricou, você acreditaria? Mas os ateus conseguem ser mais crédulos do que os próprios crentes. Para um ateu é mais fácil crer que todos os corpos celestes do Universo e tudo que neles há surgiram do nada, do que crer que um simples relógio não tenha fabricante. Francamente, eu não consigo entender isso, razão pela qual concluo que somente uma fé descomunal pode justificar tal raciocínio.

É preciso ter muita fé para crer que uma explosão construiu ao invés de destruir
Não é preciso ser especialista em pirotecnia para saber que explosões destroem. Eu nunca soube de alguma explosão que tenha construído alguma coisa, por mais insignificante que seja. No entanto, a maioria dos ateus acredita na teoria do Big Bang, uma grande explosão que teria dado origem ao Universo. Ora, mediante o fato de que explosões destroem, é preciso ter uma fé muito explosiva para conceber tamanha incoerência.

É preciso ter muita fé para se viver sem a esperança da eternidade
Meus amigos ateus trabalham, constituem família, se divertem, constroem planos, os realizam – e tudo isso sem acreditar na vida após a morte! Confesso que admiro muito isso, pois eu mesmo não sei se construiria algo na vida imaginando que ela terminasse por completo na sepultura. Particularmente, tenho muita dificuldade para me dedicar a algo que não faça sentido. Ainda que eu fizesse alguma coisa boa por alguém, de que adiantaria se esta pessoa também seria extinta, não restando nada do seu ser e nem do meu? No entanto, apesar dos meus amigos ateus não crerem na existência do espírito, ainda assim tornaram-se pessoas de bom caráter, mais honestas até do que muitos religiosos. Além do que é preciso ter muita fé para continuar sorrindo mesmo sem a esperança da eternidade.

É preciso ter muita fé para se imaginar como Deus deveria ser
Um dos argumentos prediletos para se defender o ateísmo é o de que “se Deus existisse Ele não permitiria que o mundo fosse dessa maneira”. Por exemplo, sempre que ocorre uma grande catástrofe eles se apressam em questionar: “Onde está Deus?” O que talvez eles não estejam se dando conta é que isso não prova a inexistência de Deus; prova somente que eles creriam em Deus se Ele fosse do jeito que eles gostariam. Portanto, imagine o tamanho da fé necessária para se criar um molde grande o bastante para que Deus possa caber nele...

Realmente, é admirável a fé de meus amigos ateus!

Alan Capriles