26 agosto 2011

CRUCIFICANDO O ESPÍRITO

Por Nikos Kazantzakis
(Trecho de A Última Tentação de Cristo)
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Tiago já se resignara à morte do mestre e remoia em pensamento o que fariam quando fossem deixados na terra sem ele.

- Não podemos nos opor à vontade divina, nem à do nosso mestre. Como dizem os profetas, mestre, é seu dever morrer; e o nosso, viver. Viver para que as palavras que você proferiu não se percam. Devemos colocá-las por escrito nas novas Santas Escrituras; criaremos leis, construiremos nossas próprias sinagogas e selecionaremos nossos próprios sumos sacerdotes, escribas e fariseus.

- Estarão com isso crucificando o espírito – gritou Jesus, apavorado. – Não, não, não quero nada disso.

- É a única forma de impedir que o espírito se desvaneça no ar – contrapôs Tiago.

- Mas então ele não será mais livre; não será mais espírito.

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Comentário:
Não estou aqui recomendando a leitura desse livro, a não ser que você tenha maturidade espiritual para examiná-lo. Mas, particularmente, considero esse o melhor trecho do livro, o qual não foi retratado no filme que se baseou nessa obra de Kazantzakis. Para ser franco, creio que Jesus não queria mesmo nada disso. Ou queria?

25 agosto 2011

O BEIJO DE JUDAS DO "NOSSO" CRISTIANISMO

Por Huberto Rohden

E Jesus morreu condenado pelos dois poderes máximos do século, o poder religioso de Israel e o poder político-militar do Império Romano.

Com a morte de Jesus, parecia o cristianismo definitivamente extinto – mas estava mais vivo do que nunca; em vez de uma dúzia de discípulos do Cristo, surgiram milhares em todos os pontos do Império Romano: Europa, Ásia e África. Realmente, “o sangue dos mártires era a semente de novos cristãos”, como se dizia naquele tempo. [...]

Finalmente, em 64, o imperador romano Nero iniciou uma perseguição por atacado, decretando por lei a matança de todo e qualquer discípulo do Cristo. Depois de algum tempo, não havia mais um cristão sobre a face da terra – mas debaixo da terra havia muitos: no fundo das catacumbas de Roma continuavam a germinar os discípulos do Cristo, e tão firmemente enraizados estavam eles nesses subterrâneos que três séculos de inauditas violências não valeram exterminá-los. O cristianismo subterrâneo era mais vivo e vigoroso que o próprio cristianismo terreno. O Jesus morto na superfície da terra continuava como o Cristo vivo debaixo da terra, e ressuscitava sempre, contra todas as proibições dos poderes anti-crísticos, religiosos e civis.

Finalmente em princípios do quarto século, o primeiro imperador romano pseudo-cristão, Constantino Magno, resolveu mudar de tática e de estratégia: convencido de que a política de violência não podia matar o Cristo e seu Reino, passou da violência aberta de Caifás, Pilatos, Nero e Diocleciano, para a traição disfarçada de Judas Iscariotes: “Aquele a quem eu beijar esse é – prendei-o!”. Beijou o Cristo com um beijo de Judas e o jogou às mãos de seus piores inimigos. Pelo edito de Milão de 313, Constantino proclamou a liberdade do cristianismo e o fez religião oficial do Império Romano. Se o Cristo não fosse mesmo imortal, teria morrido de vez com esse beijo de Judas: “Amigo, com um beijo tu atraiçoas o Filho do Homem?”

Constantino Magno injetou ao cristianismo os piores venenos – e não conseguiu matá-lo [isto é, matar os verdadeiros cristãos]; deu-lhes três presentes gregos: armas, política e dinheiro; armas – para matar seus inimigos; política, para enganar seus amigos; e dinheiro – para comprar e vender consciências.

Mas, nem com esse tríplice veneno concentrado o [verdadeiro] cristianismo morreu, porque estava imunizado pelo Cristo. [...]

A partir do século IV até o século XX [e agora, século XXI], tem-se repetido inúmeras vezes essas tentativas de envenenamento do [verdadeiro] cristianismo por parte dos [falsos] cristãos, mas inexplicavelmente, a traição do Cristo por parte dos [falsos] cristãos foi tão ineficaz como a violência contra Jesus por parte de judeus e pagãos. [...] Persiste e sobrevive sempre o Cristo imortal, não em nossas organizações sociais, mas nas almas individuais cristificadas. [...]

Na idade média a traição a Jesus atingiu o apogeu da sua perversidade: No tempo das Cruzadas, milhares de pagãos foram trucidados em nome do Cristo; milhares de [verdadeiros] cristãos foram assassinados pela Inquisição em nome de Deus. [...]

Com o reconhecimento da parte duma chamada igreja cristã estava oficialmente abolido o espírito do Cristo, estava a bandeira do Cristo hasteada sobre o quartel-general do Anti-Cristo [...] enganando a milhões e milhões de almas sinceras em busca do Cristo.

“Guias cegos guiando outros cegos... vós roubastes a chave do conhecimento do reino de Deus; vós mesmos não entrastes,nem permitis que outros entrem.”

Hoje em dia, é quase impossível encontrar o Cristo no cristianismo; quem não encontra o Cristo fora do nosso cristianismo, dificilmente o encontrará.
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Huberto Rohden
Extraído de “O Drama Milenar do Cristo e do Anti-Cristo” - Editora Alvorada.
O título desse artigo e as palavras entre colchetes não constam da obra de Rohden, mas foram acrescentados para facilitar a compreensão do texto, não ferindo seu sentido original.

19 agosto 2011

A GRANDE LIÇÃO

"Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, nem te desanimes quando por ele és repreendido;pois o Senhor corrige ao que ama, e açoita a todo o que recebe por filho.
É para disciplina que sofreis; Deus vos trata como a filhos; pois qual é o filho a quem o pai não corrija?" (Hb 12:5-7)

Tudo bem... Deus, nosso Pai, nos corrige. Mas, então, qual é a lição que Ele quer nos ensinar?

Espero que esta mensagem lhe ajude a compreender qual a grande lição que devemos aprender na vida.
Se lhe edificar, indique a um amigo.

14 agosto 2011

SOBRE O AMOR ENTRE PAI E FILHO


Por Alan Capriles

Quanta saudade sinto de meu pai... Por mais que ele não tenha sido um homem perfeito, ele era meu pai, e eu o amava. Arrependo-me de não ter dito isso a ele, senão uma única vez, pouco antes de sua partida, no leito de um hospital.

"Pai, eu te amo..." Será que era tão difícil dizer isso? Por que eu não disse mais vezes? Por que esperei chegar ao final de seus dias na terra para expressar o quanto eu o amava? E se era verdadeiro meu amor por ele, por que fui tão ingrato e por tantas vezes o desprezei?

Mas agora é tarde demais. Tarde para lamentar pelo que não fiz e pelo que eu não deveria ter feito. Ele não está mais aqui. Resta-me somente as lições, que espero haver aprendido: a de não magoar as pessoas que me amam e a de não esconder o amor que sinto por elas. Mas, principalmente, a lição de meu pai, que me amou até o fim, mesmo sem eu nada merecer.

Em memória de meu pai Fernando Capriles
(Dia dos pais, 14 de agosto de 2011)

13 agosto 2011

POR QUE NÃO GUARDO O SÁBADO


Por Alan Capriles

Sei que meu blog é seguido por alguns irmãos que praticam a guarda do sábado e pelos quais tenho em grande estima. Por isso quero logo esclarecer que não escrevo esse artigo para "alfinetá-los", ou para defender a guarda do domingo. Minha única esperança com este artigo é trazer maior esclarecimento e paz aos que, como eu, também não guardam o sábado. Se você é feliz guardando o sábado, não perca seu tempo lendo esse artigo, a não ser que esteja em dúvida quanto à sua prática.

Começarei analisando os argumentos geralmente usados para se defender a guarda do sábado e porque não os aceito como justificativa. Posteriormente, apresentarei as 11 razões que encontro na Bíblia para não se guardar o sábado, concluindo com uma palavra de paz, que espero não ser mal interpretada. Ao me referir aos que guardam o sábado usarei o termo "sabatistas", mas apenas para simplificar e não de maneira pejorativa.

ARGUMENTOS USADOS ERRONEAMENTE COMO JUSTIFICATIVA PARA SE GUARDAR O SÁBADO


Dizem que, como o Sábado está nos dez mandamentos, deveríamos guardá-lo
Ao ser questionado a respeito de qual seria o maior mandamento, Jesus não mencionou nenhum dos dez mandamentos (Mt 22:36-40). Mesmo assim, os sabatistas contra-argumentam, dizendo que o primeiro e maior mandamento mencionado por Jesus seria o resumo dos quatro primeiros 10 mandamentos e que o segundo mencionado por Jesus seria o resumo dos outros seis mandamentos. Mas esta interpretação não se encaixa no contexto do ensino de Cristo. O que Jesus estava ensinando é que não se pode amar a Deus sem amar ao próximo, por isso ele disse que o segundo maior mandamento é semelhante ao primeiro. João, o apóstolo, nos esclareceu isso em sua epístola (1Jo 4:20). Após nos haver deixado seu próprio exemplo, Jesus encerra seu ministério nos deixando o mandamento do amor: “amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei” (Jo 13:34; 15:12). O amor é a lei régia que Tiago menciona em sua carta (Tg 2:8) chamada também de lei perfeita, ou lei da liberdade (Tg 1:25). Portanto, constar da lista dos 10 mandamentos não é uma justificativa plausível para se guardar o sábado.

Dizem que, se os apóstolos guardaram o sábado, deveríamos fazer o mesmo.
Os sabatistas apoiam-se nos seguintes textos: Atos 13:42,44; 17:2; 18:4. Mas nenhum desses textos, ou qualquer outro, declara que os apóstolos guardavam o sábado. Essas passagens apenas contam que Paulo também pregava no sábado. Mas isso ocorria porque ele usava a estratégia de pregar nas sinagogas, as quais tinham maior contingente no dia de sábado. Ao ser proibido de fazê-lo, mudou de estratégia e passou a pregar todos os dias na escola de Tirano (At 19:8-10). Além disso, há outras passagens que enfatizam reuniões cristãs ocorrendo no primeiro dia da semana, que é o domingo (At 20:7; 1Co 16:1-2).

Dizem que, como discípulas guardaram o sábado, deveríamos também fazê-lo.
Usam o texto das mulheres que prepararam especiarias e unguentos para embalsamar o corpo de Jesus e que “no sábado repousaram, conforme o mandamento” (Lc 23:56). Mas, o texto se refere ao mandamento da Moisés, não de Cristo. Aquelas mulheres eram judias e estavam em Jerusalém, portanto, se não guardassem o sábado seriam apedrejadas (Ex 31:14-15). Risco que, aliás, Jesus também correu (Mc 3:2-6; Jo 5:16-18).

Dizem que, se Jesus guardou o sábado, deveríamos seguir seu exemplo.
Usam o seguinte versículo: “Indo para Nazaré, onde fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, como era seu costume, e levantou-se para ler.” (Lc 4:16) Apesar deste versículo não dizer que Cristo guardava o sábado, Jesus foi, de fato, o último homem — e também o único — a guardar toda a lei (Rm 10:4). E não poderia ser diferente, pois se Jesus não cumprisse toda a lei, ele não poderia nos justificar de nossos pecados. Ninguém mais, além de Jesus, conseguiu guardar toda a lei (Jo 7:19; Hb 4:15). Ele cumpriu a lei para nos resgatar da mesma (Gl 4:4-5; Rm 15:8-9; Cl 2:14). No entanto, Jesus permitiu que seus discípulos trabalhassem no sábado, como veremos mais adiante. É importante entender que Jesus não guardou o sábado para que seguíssemos o exemplo de guardar o sábado, mas o exemplo de amar o próximo (Gl 5:13-14). Ele se sacrificou guardando toda a lei por amor a cada um de nós, para que fôssemos libertos desse jugo da lei de Moisés. A lei serviu para nos mostrar o quanto estamos distantes do padrão de Deus, destruindo nosso orgulho, provando que todos somos pecadores, que todos necessitamos ser justificados em Cristo (Gl 3:22-24).

POR QUE UM CRISTÃO NÃO DEVE GUARDAR O SÁBADO

1 - A guarda do sábado faz parte de um pacto exclusivo entre Deus e o povo israelita.
“Os filhos de Israel guardarão o sábado, celebrando-o nas suas gerações por aliança perpétua. Entre mim e os filhos de Israel será ele um sinal para sempre; pois em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, e ao sétimo dia descansou e tomou alento” (Ex 31:16,17 e também Dt  5:1-3,12; Ez 20:10-12)

2 - A guarda do sábado não existia antes da lei de Moisés.
“E ao homem disse: Porquanto destes ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não comerás dela; maldita é a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida” (Gn.3:17).

3 - A lei de Moisés foi cumprida por Jesus Cristo, que a superou com a lei do amor.
“O fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê.” (Rm 10:4)
“mas o entendimento lhes ficou endurecido. Pois até o dia de hoje, à leitura do velho pacto, permanece o mesmo véu, não lhes sendo revelado que em Cristo é ele abolido” (2Co 3:14). O velho pacto é a antiga aliança de Moisés, com suas ordenanças, que em Cristo foi abolida (Ef 2:14-15). “Ninguém, pois, vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados, que são sombras das coisas vindouras; mas o corpo é de Cristo” (Cl 2:16-17). Os sabatistas dizem que a palavra “Sábado” em Cl 2:16-17 não se refere ao sábado semanal, mas aos anuais ou cerimoniais (Lv 23). Isso não é verdade, pois:
3.1) Sábados anuais ou cerimoniais já estão inclusos na expressão “dias de festa”.
3.2) A palavra grega usada neste texto é “sabatton” que em outras 59 passagens do NT se referem ao dia de sábado. Por que somente em Cl 2:16 seria diferente?
3.3) Se Paulo estivesse falando do sábado anual, ele deixaria isso bem esclarecido.

4 - Estamos em um novo e melhor concerto, ou aliança.
“Mas agora alcançou ele (Jesus) ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de um melhor pacto (aliança ou concerto), o qual está firmado sobre melhores promessas” (Hb. 8:6). Cristo instituiu uma nova aliança (Mt.26:28) que aprofundou os mandamentos da antiga, baseando-as no amor (Jo13:34;15:12,17; Rm 13:8-10; Gl 5:13-14; Tg 2:8). A lei dizia: “olho por olho, e dente por dente”. Jesus disse: “não resistais ao mal; mas se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra” (Mt 5:38-39). Esta é uma mudança baseada no amor (Mt 5:46), que não exclui a lei (Mt 5:18) mas a transforma em lei do Espírito da vida (Rm 8:1-2). Quanto ao Sábado, a Lei dizia que deveria ser guardado e santificado (Ex 20:8), mas no novo pacto quem precisa ser guardado e santificado é o povo de Deus, não só em um dia da semana, mas nos sete. Isso é pelo fato do Sábado ser feito para o homem e não o homem para ser escravo do Sábado (Mc 2:27-28).

5 - O sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado.
“O sábado foi feito para o homem, não o homem para o sábado; porque o Filho do homem é Senhor até do sábado.” (Mc 2:27-28) Jesus chamou a si mesmo de Senhor do sábado, ou seja, ele está acima do sábado. Quem está em Cristo já entrou nesse descanso (Mt 11:30; Hb 4:3).

6 - Jesus permitia que seus discípulos trabalhassem no sábado.
“E sucedeu passar ele num dia de sábado pelas searas; e os seus discípulos, caminhando, começaram a colher espigas.” (Mc 2:23) Os discípulos estavam violando a lei e não há como se negar isso. Os fariseus, ao perceberem a infração, questionam Jesus. Porém o Senhor defendeu os discípulos, ao invés de condená-los (Mc 2:23-28).

7 - Os sacerdotes podiam violar o sábado e em Cristo também somos sacerdotes.
“Ou não lestes na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado, e ficam sem culpa? Digo-vos, porém, que aqui está o que é maior do que o templo.” (Mt 12:5-6) “e nos fez reino, sacerdotes para Deus, seu Pai” (Ap 1:6a e também 1Pe2:5,9)

8 - Dentre os dez mandamentos, apenas o que trata do sábado não é mencionado no NT.
Todos os outros nove mandamentos são repetidos no Novo Testamento, como se vê: Adorar somente a Deus (50 vezes); contra idolatria (12 vezes); não tomar em vão o nome de Deus (4 vezes); honrar os pais (6 vezes); não matar (mais de 7 vezes); não adulterar (12 vezes); não furtar (6 vezes); não dar falso testemunho (4 vezes); não cobiçar (9 vezes). Mas o mandamento de guardar o sábado não é ordenado em parte alguma dos quatro evangelhos, nem no livro de Atos, nem nas epístolas, nem no apocalipse. No período neo-testamentário milhares de gentios converteram-se a Cristo. Se guardar o sábado fosse realmente necessário, não é óbvio que Paulo, o apóstolo dos gentios, teria ensinado isto aos novos convertidos? E em At 20:27 Paulo declara nunca ter deixado de anunciar todo o conselho de Deus. Logo, se conclui que a guarda do sábado não é aconselhada por Deus.

9 - O sábado não pode ser guardado em todo lugar do planeta.
De acordo com as instruções em Lv 23:32, o sábado deveria ser guardado de um pôr-do-sol até o outro. Mas, devido à inclinação do eixo da Terra, há muitos lugares no planeta em que o sol não se põe durante semanas e até mesmo meses! Isto acontece em determinadas estações do ano naquelas cidades. Como podem seus habitantes guardarem o sábado neste período? É impossível. Portanto, fica esclarecido que a guarda do sábado era um mandamento apenas para os israelitas. Este mandamento é inconciliável com a ordem do Senhor de fazer discípulos em todo o mundo.

10 - Os gentios convertidos não foram obrigados a guardar o sábado. 
Os sabatistas ensinam que não haverá salvação para quem não guardar o sábado. O capítulo 15 de Atos também conta a respeito de judeus convertidos que ensinavam ser necessário aos gentios observar a lei de Moisés para serem salvos (At 15:5). A questão foi tão polêmica que Paulo e Barnabé viajaram à Jerusalém para encontrar-se com os apóstolos a fim de saber a posição destes a respeito. A conclusão de Pedro foi: “Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar? Mas cremos que somos salvos pela graça do Senhor Jesus, do mesmo modo que eles também.” (At 15:10-11) Tiago asseverou: “Julgo que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a Deus, mas escrever-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue.” (At 15:19-20) Como se vê, nesta lista não entrou a guarda do sábado. Não teria sido esta uma ocasião imperdível para se ensinar o quarto mandamento? Por que não o fizeram? Simplesmente porque este era um estatuto para os israelitas, não para todo o mundo.

11 - Os que guardam o sábado atualmente, ou ignoram como se deve guardá-lo, ou agem com hipocrisia.
O livro de Êxodo ensina como se devia guardar o sábado. Não se devia acender fogo (Ex 35:3), deveria se obrigar todos os que estivessem dentro de suas casas a também guardar o sábado (Ex 20:10) e, obviamente, não se podia obrigar outra pessoa a trabalhar em seu lugar. No entanto, nenhum destes preceitos bíblicos são observados pelos atuais sabatistas. Há, inclusive, reuniões em suas igrejas no sábado, para os quais muitos vão de ônibus, obrigando motoristas a trabalharem para eles. Até mesmo o simples uso da eletricidade no sábado seria condenável, pois obriga funcionários da companhia de energia a trabalhar no sétimo dia.

Conclusão

Como devemos tratar um cristão que insiste em guardar o sábado? Com misericórdia, pois ainda que não seja necessário guardar o sábado, tal pessoa não o faz por mal, mas por falta de esclarecimento, pensando estar com isso agradando a Deus. Não devemos discutir com eles, pois a questão não é guardar ou não guardar o sábado, mas o ser uma nova criatura em Cristo. Por isso Paulo não condena tal pessoa, mas a vê como alguém “débil na fé”, que ainda não compreendeu plenamente nossa liberdade em Cristo.

Devo acrescentar ainda que este artigo não defende a guarda do domingo. Para quem está em Cristo todos os dias são igualmente santos.

“Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões. Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes; quem come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu. Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster. Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente. Quem distingue entre dia e dia para o Senhor o faz; e quem come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come para o Senhor não come e dá graças a Deus.” (Romanos 14.1-6)
Alan Capriles

03 agosto 2011

O QUE JESUS ESPERA DE NÓS



Esse vídeo já disse tudo. É isso aí mesmo...

Vi primeiro no Susto de Amor, blog de nosso querido amigo Cláudio Nunes Horácio.